sábado, 24 de março de 2018

COLISEU, O COLOSSO DE ROMA

Chegamos ao Coliseu, o antigo estádio de gladiadores de Roma. Um prédio imponente, originalmente revestido de mármore e parcialmente coberto por uma lona, o velário, para proteger os romanos do sol e da chuva.
O espetacular Coliseu de Roma
O espetacular Coliseu de Roma
O enorme edifício está em ruínas, mas é impressionante observar a eficiência da técnica utilizada pela arquitetura romana naquela época. Até hoje os modernos estádios esportivos do Mundo se inspiram no Coliseu para definir os acessos e circulação das multidões. Visitamos os bastidores do subsolo do Coliseu, num excelente tour guiado, que foi aberto ao público a pouco tempo.
As prisões no subsolo do Coliseu
As prisões no subsolo do Coliseu
O Coliseu foi eleito como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e é o maior de todos os monumentos romanos, um símbolo da cidade e de todo o Império. Denominado Anfiteatro Flaviano, a sua construção foi iniciada por Vespasiano, numa obra que levou entre 8 e 10 anos de construção e que foi concluída entre 70 e 90 d.C. no reinado do Imperador Tito.
Detalhes do Coliseu.
Detalhes do Coliseu.
Nos combates inaugurais em 80 d.C., mais de 9 mil animais ferozes foram mortos nas lutas com gladiadores. Os animais, escravos e cristãos ficavam presos em jaulas nos subsolos e chegavam até a arena por um sistema de elevadores hidráulicos. Toda a arena era coberta de madeira e areia.
Toda o piso da arena era coberto de madeira.
Toda o piso da arena era coberto de madeira.
É um dos lugares mais impressionante do mundo. O apelido de Coliseu deve-se à estátua “colossal” do Imperador Nero que ficava aí perto. Estima-se que mais de 500 mil pessoas e mais de um milhão de animais morreram nos combates entre homens e animais durante os festivais do Coliseu.
No Coliseu cabiam mais de 50 mil pessoas.
No Coliseu cabiam mais de 50 mil pessoas.
O anfiteatro tem 48 metros de altura e tinha a capacidade de receber até 55 mil pessoas para assistir aos mais variados tipos de espetáculo, com destaque para as lutas entre gladiadores, sacrifícios de cristãos, lutas contras animais, etc. Funcionou como lugar de espetáculos por 400 anos.
Os corredores largos de acesso ainda são copiados hoje em dia nos modernos estádios do Mundo.
Os corredores largos de acesso ainda são copiados hoje em dia nos modernos estádios do Mundo.
O tour também nos levou ao terceiro nível, de onde se tem as melhores vistas do complexo.
Do terceiro nível temos vistas especiais do Coliseu.
Do terceiro nível temos vistas especiais do Coliseu.
Saímos do Coliseu e começamos a nos despedir de Roma. Fomos até a Piazza di Spagna e circulamos pela Via Condotti, a rua das grifes de Roma. Os arredores da Piazza di Spagna é onde ficam as principais ruas comerciais da cidade. É uma das áreas mais elegantes de Roma.

5 imperadores romanos malucos

Atualmente, os historiadores questionam a “loucura” dos imperadores romanos. Loucura esta que ficou no imaginário popular e foi largamente difundida pelo cinema hollywoodiano. Ocorre que, na História, muitas bizarrices são narradas por inimigos políticos, que contam uma versão particular do fato, às vezes aumentando, às vezes distorcendo os fatos.
De qualquer forma, as loucuras dos imperadores que serão expostos nesta lista, nunca foram historicamente negados. Portanto, ainda existe um fundo de verdade. Esta lista foi extraída e adaptada do Mundo Estranho.

1- Cômodo

Busto do Imperador Romano Cômodo
Cômodo foi imperador de 177 a 192. Costumava descer à arena para lutar como gladiador em violentos espetáculos públicos. Mas, ao contrário do que acontecia nos combates comuns, o imperador não corria grandes riscos: seus adversários sempre o deixavam vencer e depois tinham as vidas poupadas. Além de se achar um gladiador invencível, Cômodo acreditava ser o semideus Hércules e exigia que o adorassem como tal.

2- Nero

Busto do Imperador Romano Nero
Nero foi imperador de 54 a 68. Ele foi responsabilizado pela morte de sua própria mãe, de sua primeira esposa e de ter mandado envenenar um meio-irmão. Provavelmente não foi Nero quem provocou um incêndio arrasador em Roma. Mas isso não limpa seu “currículo” de outras bizarrices, como o suposto hábito macabro de lançar cristãos a cães ferozes e esfomeados, que os despedaçavam vivos.

3- Heliogábalo

Busto do Imperador Romano Heliogábalo
Heliogábalo foi imperador de 218 a 222. Com um comportamento pra lá de excêntrico, castrou-se publicamente em nome de um culto religioso. Em outro momento, tentou impor aos romanos a adoração de um deus estrangeiro. O povo também acreditava que Heliogábalo era travesti, crença reforçada por seu costume de indicar para altos cargos rapazes que se destacavam só pela beleza.

4- Cláudio

Busto do Imperador Romano Cláudio
Cláudio foi imperador de 41 a 54. Desconfiado de que sua esposa promovia orgias com os amantes, ele teria ordenado que ela fosse executada, juntamente com 300 suspeitos de participar das festinhas. Entre as “diversões” de Cláudio estaria o hábito de assistir às sessões onde criminosos eram torturados até a morte. Também tomava decisões folclóricas, como autorizar a livre flatulência (pum!) durante os banquetes.

5- Calígula

Busto do Imperador Romano Calígula
Calígula foi imperador de 37 a 41. A maior loucura disseminada deste imperador, é que teria nomeado seu cavalo Incitatus como cônsul, alto cargo de oficial público que tinha como principal função comandar exércitos. Inclusiva, dormia com ele na cama. Calígula ficou famoso, também, por sua crueldade e pelas baixarias. Ele teria determinado que criminosos fossem servidos vivos como refeição para animais selvagens e foi acusado de ter transado com suas três irmãs.

BÔNUS

Adriano

Busto do Imperador Romano Adriano
Adriano foi imperador de 117 a 138. Admirador da cultura grega, Adriano decidiu reconstruir a cidade sagrada dos judeus, Jerusalém, adotando o estilo grego. Esse “capricho” teria agravado a insatisfação dos judeus, que iniciaram uma violenta revolta contra Roma. Chegou, também, a ser chamado de “Nero bem-sucedido” pela megalomania de suas obras públicas – por onde passava, fazia grandes monumentos.JÚLIO CÉSAR



 
A legenda traz um equívoco clássico e recorrente: Caio Júlio César não chegou a ser oficialmente imperador, embora a sua vitória política e militar sobre a aristocracia romana tenha concentrado em suas mãos um poder quase absoluto nos dois últimos anos da sua vida. Ele deixou o caminho pavimentado para a posterior ascensão do seu sobrinho-neto Otávio Augusto, este sim considerado oficialmente o primeiro imperador de Roma.


Júlio César foi político habilidoso (ocupou oa mais altos cargos eletivos da República romana), general brilhante (sob o seu comando o exército romano conquistou e incorporou metade do território europeu ao império romano da época), escritor talentoso (escreveu uma obra extensa sobre a sua campanha na Gália), orador magnífico e competentíssimo advogado/jurista só superado pelo inigualável Cícero, seu contemporâneo e colega de senado.

De forma geral, pode-se dizer que a personalidade, a capacidade intelectual e os demais talentos de Júlio César mudaram o curso da História ao formatar e projetar o domínio do maior império do ocidente e suas instituições sobre a Europa, parte da Ásia e da África para quase 500 anos à frente.



 
A série 'ROMA" fornece um resumo da ascensão de Júlio César ao poder com uma certa fidelidade aos
fatos centrais que determinaram a mudança do regime de Roma de República aristocrática para Império,
mesmo que na série os personagens centrais (soldados das legiões de César) sejam fictícios.
Caio Júlio César Octaviano Augusto
 
 
AugustoOctávio Augusto, de nome completo Caio Júlio César Octaviano Augusto (23 de Setembro de 63 a.C. – 19 de Agosto de 14 d.c) foi o primeiro Imperador Romano.
Nascido em Roma, Octávio pertencia a uma família da elite romana. A sua mãe, Àtia, era sobrinha de César e mais tarde amante de Marco António. Interessando-se pela educação de seu sobrinho-neto, César deu lhe uma boa educação. Chegou a apresentá-lo, apenas aos 16 anos, no Colégio dos Pontífices, o principal sacerdócio romano. César adoptou-o como filho em testamento, foi assassinado por um grupo de senadores em 15 de Março de 44 a.C. Octavio, que na altura estava em Ilíria, servindo o Exercito, ao retornar a Roma foi informado que era o herdeiro de César.
 
Em 43 a.C. é formado o segundo triunvirato, com Marco António, Lépido e Octávio, com o objectivo de governar as províncias romanas. Uma das primeiras acções de Octávio de António foi uma campanha contra os assassinos de César, os republicanos Marco Júlio Bruto e Caio Cássio Logino. Ambos se suicidaram em 42 a.C. depois da derrota na Macedónia (batalha de Filipos). Guerreiam também contra SextoPompeu em 36 a.C., quando este se revolta na Hispânia.
 
Augusto de Prima Porta
Após a derrota dos republicanos, os membros do triunvirato começam a guerrear entre si. Após várias manobras oíticas e militares, Augusto derrota os outros membros, e torna se assim senhor único do Império Romano, em 30 a.C. O nome Augusto foi-lhe então outorgado pelo Senado (27 a. C.) e depois lhe conferiu o título de Pai da Pátria (2 a. C.), confiando-lhe o poder absoluto aos 44 anos. No mesmo ano em que derrota o triunvirato, declara guerra á união de Marco António e Cleópatra. Na batalhan naval de Àccio O Egipto é transformado numa província romana. Instalou, no Império, a chamada Pax Romana. Pacificou as Gálias, reformou os costumes, ampliou o território até o Elba e o Danúbio.
 
Octávio trouxe um enorme dinamismo ao Império, trazendo inovações e favorecendo as artes e as letras. Implantou uma nova organização do território, dando a Roma um traçado urbanístico divido em bairros e ruas. Demarcou a Itália em regiões e o resto do império em províncias e distritos, com excepção do Egipto, para ele um domínio pessoal. Fez uma reforma monetária, criou impostos públicos e um serviço postal estatal. Garantiu a força das fronteiras, fortalecendo o exército e a esquadra.
 
O sucessor escolhido por Augusto fora o seu ministro e amigo Agripa, mas por ter morrido pouco depois d amorte de Augusto, não teve esse cargo. Foi assim sucedido por Tibério, seu filho adoptivo e general, sendo estabelecido um regime monárquico.
 
Foi deixada uma biografia de Augusto, Res gestae divi Augusti (Manumentum Ancyranum), gravada em duas colunas de Bronze, no Campo de Marte, situado em Roma.


Monumentum Ancyranum 














'Caligula'
Gaius Caesar Augustus Germanicus
(AD 12 - AD 41)


Gaius Caesar Germanicus, 3º Imperador de Roma, mais conhecido por Caio Calígula, nasceu a 31 de Agosto de 12d.C em Anzio emorreu em Roma a 24 de Janeiro de 41d.C.

Como vivia desde sempre nos acampamentos militares com o seu pai, era querido por todos os soldados que o viram crescer, dando-lhe o querido sobrenome Calígula,  diminutivo de um tipo de sandália  (devido ao uniforme militar que utilizava quando era uma criança).
caliga

 Filho de Germânico e de Agripina. seu pai,Germânico , era general do Império Romano, e ao morrer aos 34 anos, Calígula tornou-se , filho adoptivo do imperador de Roma, Tibério.
Calígula sucedeu a Tibério, , foi aclamado novo imperador romano pelo povo e pelo Senado (37 d. C.) aos 25 anos sendo nomeado imperador.
Historiadores da época afirmaram que Calígula fez parte do assassinato de Tibério. Este, designou-o como um dos seus herdeiros juntamente com Tibério Gemelo, seu neto. Segundo o falecido imperador romano, Calígula tinha todos os vícios dos pais e nenhuma de suas virtudes. Desde pequeno que era ambicioso e por isso não quis perder tempo. Depois de saber que o neto do ex-imperador de Roma o acompanhava na sucessão para o trono fez com que o senado romano anulasse o testamento e fizesse dele um imperador sem nenhum parceiro (Calígula manda alegadamente assassinar Tibério Gemelo).
Calígula começou o seu reinado de uma forma muito liberal, como Nero. O povo romano pensava que estavam no início de um reinado sossegado e feliz, mas não foi isso que aconteceu.
Por volta do ano 40, realizou uma expedição à Germânia para acabar a rebelião do general Cornélio Lêntulo Getúlico e outra à Gália, a fim de conquistar a Bretanha. Anexou o reino da Mauritânia e, na Judeia, nomeou rei seu amigo Herodes Agripa.

 Com os gastos públicos descontrolados perseguiu, ordenou a execução dos romanos mais ricos e e matou muitas personalidades importantes, para confiscar-lhes os bens. Vítima de diversas conspirações, como a do senador Marco Emílio Lépido, acabou assassinado em um esquema armado por Cássio Quéreas, tribuno da guarda pretoriana.

 Em termos de obras públicas a sua mais importante foi o início da construção do aqueduto Cláudia, iniciado em 38 e terminado no governo de Cláudio (Tiberius Claudius Drusus Nero Germanicus, Claudius I), seu sucessor.
O facto do seu reinado não ter sido assim tão positivo pode ser visto no filme “Caligola” (1) de 1979, onde este mantinha um bizarro caso sexual com a sua irmã, sendo famoso pelas suas relações com prostitutas. Acabou por adoecer (com uma febre cerebral). Dizem que a causa da doença foi devido ao excesso de participações em orgias e foi partir daí que revelou a sua maldade.
Este reinado tornava-se sem dúvida inesquecível. Divertia-se torturando os presos e os escravos à frente dos seus familiares, aumentou os impostos a valores altissimos e fazia gastos exagerados. Ordenou que as suas estátuas e bustos fossem colocados em locais visíveis e com destaque em todos os templos e até em sinagogas em Jerusalém. Ao cometer essas acções iniciou conflitos com os judeus, que não aceitavam os desejos do imperador Romano.

Calígula queria ser considerado e adorado como um Deus. A sua loucura era tanta que chegou ao ponto de nomear o seu cavalo, Incitatus, como senador romano, sacerdote e guarda pretoriana (2) para que tomasse conta de si enquanto dormia. A sua intenção ao cometer tais actos era humilhar o senado Romano, demonstrando que podia fazer o que quisesse com a vida de quem quisesse.

Tudo isto lhe valeu o ódio dos cidadãos romanos, dos soldados e dos oficiais que viviam para o proteger e apoiar todos os seus actos loucos e irresponsáveis. Estes começaram a ficar fartos e por isso decidiram acabar com o seu reinado. Fizeram-no preparando uma conspiração para o assassinar (é provável que também tenham matado a sua mulher Milonia Caesonia e filha Júlia Drusilla) e acabar com tudo o que recordasse o louco império.
Toda a sua loucura deveu-lhe um império inesquecível. “Botinhas” é agora lembrado pelo terror que provocou às pessoas. A sua frase: “Oderint dum metuant”(3) tornou-se célebre e é agora lembrado pelos livros e filmes que relatam a sua história.



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(1) Uma produção ítalo-americana, feita no final dos anos 70. O filme mais polémico do cinema mundial devido ao sexo explícito que é demonstrado para caracterizar a vida sexual de Calígula. 
(2)Posto militar que servia para guardar o imperador e os seus familiares.
Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus 
 
 
 
 
 

    Nasceu a 15 de Dezembro de 37 d.C., em Âncio (Itália) com o nome de Lúcio Domício Enobarboe, era descendente de uma das principais famílias romanas por parte do pai Gneu Domício Enobarbo e da família imperial Júlio-Claudiana por parte da mãe Agripina, pois esta era filha de Germânico e neta de César Augusto.

    A ascensão política de Nero inicia-se quando Agripina, a sua mãe, incentiva o seu marido, o Imperador Cláudio, a adoptar Nero como seu filho. Depois escolhe-o como seu sucessor, após desmoralizar os partidários de Britânico (também filho de Cláudio) e de induzir o próprio filho a casar com Cláudia Octávia, a filha do imperador. Nero e Octávia casaram-se em 53, Octávia com apenas treze anos e Nero com  dezasseis.
 
Agripina Minor.
Estátua do Imperador Cláudio
Agripina Minor (16d.c. a 59d.c)


    Em 54 Cláudio morre, provavelmente envenenado por Agripina, e é então que Nero é proclamado Imperador sem oposição, aos 17 anos.Foi o quinto Imperador Romano entre 54 e 68. No início do seu reinado foi fiel ao senado, mas algumas tragédias palacianas previam mau futuro. Foi justo e moderado enquanto seguiu os conselhos dos seus preceptores Séneca e Burru. Desencaminhado pela luxúria tornou-se omonstro nº 1 da história.

Imperador Tibério Cláudio Nero César Druso (10 a.C a 54 d.C.)
 
 
Por 3 vezes tentou envenenar a sua mãe, devido às críticas que esta fazia a sua amante, porém a mãe, Agripina, sabendo o que o filho fazia, tomava um antídoto. Em Março de 59 d.C., quando conseguiu finalmente matá-la, Nero viu-se assombrado pelo espírito da mãe, contratando exorcistas para convocar o espírito dela e pedir-lhe perdão.
Imagem:Claudia Octavia.jpg
 
Em 62 manda assassinar a sua esposa Octávia, e em 65 mata a sua segunda esposa Poppaea, aos pontapés quando esta estava grávida. Teve uma filha, com Poppaea, filha essa que se chamava Cláudia, que morreu logo após o nascimento em 63 d.C.
Nero, consagrou-se pela libertinagem, declarava-se bissexual, afirmando ser o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens, juntando-se assim com o jovem Sporus, um escravo castrado (com o objectivo de ficar parecido com uma rapariga), a pedido do imperador, com quem mais tarde se casou publicamente.
 
Moedas romanas com a efígie de Cláudia Octávia (40-62)

Séneca

Lucius Annaeus Seneca (Córdova, 4 a.C. - Roma, 65 d.C.), levou Nero a pretor em 50
 
 
    Em 18 de Julho, no ano de 64 d.C, houve em Roma um grande incêndio, em volta do Circo Máximo,destruiu dois terços da cidade, devido às ruas estreitas e às insulae que eram feitas em madeira. Levou à morte inúmeras pessoas e ao incêndio de Roma que durou nove dias. Suspeita-se ter sido Nero o causador, porém este acusou os cristãos de serem os culpados e deu início a perseguições e martírios que duraram até ao século IV. Centenas de cristãos foram torturados, queimados e atirados às feras nos circos. Nero reconstruiu uma "nova" Roma, as insulae passaram a ser feitas em betão, o que ajudou à diminuição de fogos. Concretizando, assim, o seu desejo de construir uma nova cidade com maior esplendor e com o seu nome.
 
 
Incêndio de Roma (64 d.C) 
 
 
    Nero sentia um grande fascínio pelos dotes dos actores e cantores e por isso tentava fortalecer a sua voz para o palco deitando-se de costas e pondo uma pedra pesada sobre o seu peito. Exibia-se nos teatros e circos como Histrião e criou os jogos chamados Juvenália e Neronis, devido à sua vaidade e aos supostos dotes artísticos e de cavalaria.
 
    Considerava-se um artista e gostava de ser tratado como tal. Por isso, ficaram conhecidos os seus banquetes em que obrigava tanto a corte como o povo a ouvirem os seus poemas e cantigas. Favoreceu cultos orientais estranhos à tradição romana e recorreu fartamente aos processos por traição para confiscar bens dos ricos e nobres.
 
    Nero utilizou os fundos públicos para construir um magnífico palácio conhecido por “Casa Dourada”, que tinha salas revestidas a ouro e incrustadas de pedras preciosas.


                                                    A Domus Aurea (CasaDourada)


    Em 65, surgiu a Revolta de Pisão na qual estava envolvida uma grande parte da aristocracia senatorial, a resposta de Nero foi violenta e deu origem a vários assassinatos e execuções, de onde se destaca os de Séneca e do poeta Lucano, que sem direito a julgamento foram obrigados a cometer suicídio.
 
    Em 66, Nero parte para a Grécia para participar nos Jogos, onde recebe 1108 prémios.
 
    Em 67 d.C., Nero desembarca em Nápoles e para marcar os seus feitos maravilhosos manda derrubar parte das muralhas da cidade. Em seguida dirige-se para Roma onde entra sentado no carro que Augusto usava para comemorar as suas vitórias, e faz questão de passar pelo circo Máximo e de atravessar o Fórum. Foi recebido com muitas fitas e outras provas de consideração como o sacrifício de animais durante o trajecto. Decorou os seus aposentos com as coroas da vitória e encomendou estátuas de si próprio sentado enquanto tocava lira.
 
    Em 68, Nero tornou-se insuportável como imperador, o que levou a que Sérvio Sulpício Galba, governador da Tarraconense, na Hispânia, marchasse contra Roma à frente de um enorme exército. O senado seguiu o rumo dos acontecimentos e declarou Nero nefas e persona non grata, ou seja Nero deixava de ser bem-vindo, sendo considerado um inimigo público e nomeou Galba o novo imperador.
 
 
    Nero foi obrigado a fugir de Roma, refugiando-se em casa do liberto Faon, pois ser declarado inimigo público significava ser castigado à “moda antiga”, ou seja nu e açoitado até à morte com varapaus.
 
    A 9 de Junho de 68 d.C, com a ajuda do seu secretário, Nero acaba por se suicidar com um punhal na garganta. O seu funeral foi realizado por apenas uma ex-escrava e amante chamada Cláudia Acte, a única pessoa que se manteve fiel a este.

    Nero, foi o último imperador da Dinastia Júlio-Claudiana. À sua morte seguiu-se um período de paz, mas por pouco tempo.

    O ano de 69 d.C. foi dominado pela guerra civil e ficou conhecido como o ano dos quatro imperadores.






  Marco Úlpio Nerva Trajano





        O seu nome era Marco Úlpio Nerva Trajano, que em latim era Marcus Úlpius Trajanus. Nasceu em 53, nas províncias de Itálica, actual Península Ibérica e descendeu de uma família espanhola aristocrata. Sendo assim, e devido à sua origem, Trajano não era considerado “genuinamente” romano.

        Trajano desenvolveu uma carreira militar brilhante para o seu tempo. Foi um excelente general, meticuloso administrador e o militar mais eficiente e experiente depois de Augusto. Também foi considerado por muitos romanos daquela época como o melhor dos imperadores. Apesar disso, foi graças à sua política de conquistas, que teve como finalidade alguns danos na economia do império.

        Sob o governo de Trajano o Império alcançou as suas maiores proporções e acaba por conquistar aquilo que é hoje o sul da Inglaterra (Bretanha). O Império atingiu o sul da Europa, Mediterrâneo, Egipto, Norte de África, Gália, Ásia Menor, parte da Germânia e a maior parte da Bretanha e Mesopotâmia. O mapa a seguir apresentado dará uma maior percepção da dimensão do Império:



       

        Trajano foi designado Imperador em 98, com uma nova dinastia imperial e um novo sistema de sucessão; em vez de ser por fidelação, passara a ser por adopção.

        O seu reinado de 98 a 117 ficou marcado pelo alargamento das fronteiras a Este, e também pela implementação de um vasto programa de obras públicas que visava, entre outros objectivos, o melhoramento das condições de saúde, protegendo as famílias numerosas e órfãos. No entanto é recordado sobretudo pelas suas campanhas militares, o que levou as fronteiras do Império Romano até o seu ponto de máxima expansão.

        Este Imperador tinha uma disciplina rígida e afirmava que todos os Imperadores deveriam ser “simples cidadãos”.

        Em 91 foi nomeado cônsul por Domiciano. Após este período o seu filho adoptivo, Adriano, e o seu vastíssimo território geográfico conquistado (de Portugal ao Reino Persa, da actual Inglaterra até ao Egipto), passaram a ser as suas propriedades.

        Trajano derrotou os Partas e os Arménios e lutou contra os Dácios, países actuais da Roménia e da Hungria.

        Em 98 inicia-se uma nova dinastia Imperial e um novo sistema de sucessão por adopção em vez de filiação, já que Trajano fora adoptado por Nerva. O outro aspecto desta dinastia ser diferente das anteriores era o facto de Trajano ser o primeiro Imperador romano a nascer fora de Itália. 

        Em 101 Trajano começou a sua primeira guerra contra os Dácios, um povo que vivia na actual Roménia, cujo líder era Decébalo. A guerra terminou no ano seguinte, com a vitória romana na batalha de Tapae.

        Entre 105 e 106, a segunda Guerra dos Dácios, durante a qual os romanos tomaram a capital dácia, Sarmizegetusa, e anexaram a Dácia como província do Império.

        Estas guerras reflectem-se na Coluna de Trajano, que se levantou juntamente com o Fórum (Fórum de Trajano), onde foi colocada para celebrar as vitórias.

                               


Forum de Trjano


        Em 113, Trajano começou uma guerra, contra os Partas, a qual venceu, e onde foram integradas zonas no seu Império, tais como a Arménia, a Asíria e Mesopotâmia. Nesta altura existiram alguns problemas que ímpediram Trajano de conquistar mais territórios além destes.

        Marco Úlpio Trajano conduz realizações no campo da arquitectura e urbanismo. No campo da arquitectura as obras realizadas foram,  o Arco, em 114, em Benevento, este retratando a vida do Imperador Trajano, e onde mostra aspectos da politica e militares, a Coluna situada em frente ao seu templo, enquadrada numa pequena praça, que era um monumento inovador com funções funerárias e comemorativas, e ainda o Fórum em 114, o último, mas o mais monumental dos cincos fóruns imperiais construídos pelos seus antecessores.

Ao fundo do Fórum, construiu a Basílica Ulpia, duas bibliotecas, uma grega e outra latina e o Templo de Trajano para oculto imperial. Estas obras arquitectónicas corresponderam ao seu espírito empreendedor.

        No campo do urbanismo realizaram-se construções necessárias para facilitar a romanização e melhorar as condições de vida dos cidadãos, abrindo caminhos em terras distantes, criando novas vias, aquedutos e pontes, entre os quais o que foi construído sobre o Danúbio para facilitar a conquista da Dácia. Também levantou edificações que contribuíram para a imortalização da sua memória e que deram um aumento na diversão dos romanos, como teatros, anfiteatros e circos. Em todas estas obras, Trajano contou com os serviços do maior arquitecto da Roma Imperial, Apolodoro de Damasco. Foi na época de Trajano que os arquitectos atingiram o clímax da sua carreira, com novas construções e renovações que foram realizadas com custos inferiores aos necessários, que na época de imperadores passados não conseguiram alcançar.

        Iniciou a terceira perseguição contra os cristãos.

        Durante a última fase do seu reinado dedicou-se apenas à guerra, deixando boa parte da administração civil em mãos de terceiros.  

        Marco Úlpio Nerva Trajano morreu provavelmente durante a sua viagem de volta a Roma, em Selinus, perto do Mar Negro, em 117. Esta sucessão deu-se através da adopção, na qual se acredita que Plotina, mulher de Trajano, tenha desempenhado um papel decisivo, visto que naquela época circulavam boatos: Plotina teria assinado um decreto de adopção depois da morte do marido.




BIBLIOGRAFIA



                 
  • Hitória de Arte _ Edição Calouste Gulbenkian                                  
  • http//marius.blogs.sapo.pt/arquivo/1063584.html
  • http://www.algarvio.com/ …/romano/imperador-trajano.html















       Trajano destaca-se pela hegemonia que atingiu sobre o Mediterrâneo. Pela máxima expansão que o Império Romano alguma vez atingiu.
       Uma personagem no mínimo fundamental na história romana.

44 a.C.: Assassinato de Júlio César

Em 15 de março de 44 a.C. o chefe militar e ditador romano Júlio César é assassinado por 60 membros do Senado, segundo os quais ele governava de forma autocrática e autoritária. É o fim da República e começo do Império.
Caio Júlio César
Caio Júlio César
Veni vidi vici – vim, vi e venci – é uma de suas frases célebres. E, de fato, ele venceu em todas as frentes de batalha. Ao ser destituído do cargo de governador das Gálias, o Senado Romano esperava que Júlio César depusesse as armas e voltasse como homem comum para Roma.
Mas César sabia que, se isso acontecesse, seria levado ao tribunal. Por isso, decidiu invadir a província da Itália e, ao atravessar o Rubicão (riacho que delimitava a fronteira da parte central do território romano), teria pronunciado a também famosa frase Alea jacta est ("A sorte está lançada"). Após alguns anos de guerra civil, ele detinha o poder absoluto em Roma.
Contra a República
Caio Júlio César (100 a.C.-44 a.C.), um dos maiores chefes militares de toda a História, nasceu em família aristocrática e alavancou suas ambições políticas com brilhantes campanhas militares contra os povos que habitavam as Gálias (atuais França e Bélgica). Participou do primeiro triunvirato em 60 a.C., ao lado de Pompeu e Crasso. Com a morte de Crasso, passou a disputar o poder com Pompeu, que era apoiado pelo Senado.
César viveu no auge do período das conquistas romanas. De 200 a.C. até o 476 d.C., Roma atravessou quase sete séculos de contínua expansão territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.). Após haver conquistado Roma e a península itálica, Júlio César invadiu o Egito, intervindo na disputa dinástica a favor de Cleópatra. Em 47 a.C., chegou à Ásia, onde obteve rápida vitória sobre o rei da província bizantina de Ponto.
De volta a Roma, tornou-se cônsul vitalício e, em fevereiro de 44 a.C., assumiu o título de "ditador perpétuo". Por medo ou bajulação, o Senado passou a cobri-lo de honrarias. Com excesso de poder acumulado em suas mãos, acabou criando inimizades, e desprezava toda e qualquer crítica ou advertência. A República não lhe interessava, por estar convencido de que, com instituições democráticas, era impossível governar um império mundial. Sob seu reinado, a República foi sistematicamente transformada num sistema ditatorial.
"Até tu, Brutus"
Júlio César governava sentado em trono de ouro. Os senadores eram obrigados a aprovar projetos de lei que não haviam lido. Ele aumentou em mais de 300 o número de membros do Senado, nomeando amigos para os novos postos. Em termos militares, tinha ainda grandes planos. Queria conquistar o reino dos Partos (região entre o mar de Aral e o mar Cáspio), para formar uma nova monarquia mundial.
Porém, poucos dias antes de iniciar a nova campanha militar, sucumbiu a um ataque dos conspiradores. No dia 15 de março de 44 a.C., foi assassinado com 23 facadas, nas escadarias do Senado, por um grupo de 60 senadores, liderados por Marcus Julius Brutus, seu filho adotivo, e Caio Cássio. Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, quando então teria dito sua última famosa frase: "Até tu, Brutus".
Trata-se do mais conhecido atentado político da Antiguidade, descrito por Caio Suetônio Tranquilo (70 d.C.-140 d.C.), na biografia De vita Caesarum (Da vida dos Césares). "César" foi o título dos imperadores romanos de Augusto (63 a.C.-14 d.C.) a Adriano (76 d.C.-138 d.C.).
Caio Júlio César foi morto por haver desprezado a opinião dos seus adversários. Supõe-se que seus assassinos não tinham apenas motivos políticos, como também agiram por inveja e orgulho ferido. Matar um tirano, na época, não era considerado crime. Não há, porém, consenso entre os historiadores de que Júlio César tenha sido um tirano. Muitos de seus planos não foram concretizados, mas ele deu uma orientação completamente nova ao desenvolvimento do Império Romano.

753 a.C.: Fundação de Roma

Não está definitivamente provado, mas supõe-se que a cidade de Roma tenha sido criada no dia 21 de abril de 753 antes de Cristo.
Bildergalerie Wahrzeichen in Europa Romulus und Remus (Fotolia)
A resposta mitológica à criação de Roma surgiu quando a cidade já havia virado império mundial. Conta a lenda que Eneias, filho do rei de Troia e da deusa Vênus, fugiu de sua cidade durante uma batalha. Acompanhado de alguns homens, seguiu para a península itálica, onde seu filho Ascânio iniciou um povoamento chamado Alba Longa. Dois descendentes de Eneias – Numitor e Amúlio – apareceriam mais tarde em relatos sobre a criação de Roma.
A lenda continua: ao morrer, Sílvio Procas, duodécimo rei de Alba Longa, teria deixado dois filhos. O mais moço, Amúlio, apoderou-se do trono, preterindo Numitor, seu irmão mais velho. Para garantir o reinado de seus descendentes, matou Lauso, filho de Numitor e obrigou sua sobrinha, Reia Sílvia, a jurar castidade. Contudo, Marte, o deus da guerra, tornou Reia Sílvia mãe dos gêmeos Rômulo e Remo.
Quando Amúlio soube disso, condenou Reia Sílvia à morte e ordenou que os dois recém-nascidos fossem lançados numa cesta ao rio Tibre. Arrastadas pela correnteza, as crianças teriam sido encontradas na base do monte Palatino por uma loba, que passou a amamentá-los. Nos rastros da loba, pastores da vizinhança encontraram os gêmeos e se encarregaram de criá-los.
Remo foi morto por Rômulo
Mais tarde, Rômulo e Remo foram levados à presença do solitário Numitor, que reconheceu seus netos e lhes contou a desonra. Num ato de vingança, eles tomaram o palácio de Alba Longa, mataram o rei Amúlio e coroaram novamente o avô Numitor. Em sinal de gratidão, receberam a autorização para fundar uma cidade no local em que haviam sido abandonados.
Por vontade dos deuses, o povoado, logo cercado de muralhas, foi batizado Roma. Remo zombou do fosso de defesa aberto ao longo da muralha e foi morto pelo furioso Rômulo. Ambicioso em seus projetos, este começou a povoar a cidade com pastores, bandidos, escravos fugitivos e aventureiros.
Roma é um nome etrusco
Pelos cálculos do historiador romano Marcos Terêncio Varro (116 a.C. - 27 a.C.), levando em conta a lenda de Rômulo e Remo e a mitologia grega, 753 a.C. foi o ano da fundação de Roma. Alguns arqueólogos estimam, porém, que a cidade foi fundada no ano 600 a.C. Não se descarta também a hipótese de que Roma resultou da fusão de pequenos povoados latinos e sabinos do Palatino.
Certo é que o nome "Roma" veio dos etruscos, um povo de origem desconhecida que desapareceu na história, deixando rastros enigmáticos de sua cultura, religião e legislação no Império Romano. Os arqueólogos também encontraram marcas dos etruscos nas técnicas de urbanismo e canalização.
Pouco a pouco, os romanos conseguiram se livrar do domínio etrusco, expandindo sua influência na África, Europa Central e Ocidental, Grécia e Ásia Menor. Em 509 a.C., a monarquia foi derrubada e instaurou-se a República. De 200 a.C. até o ano 476, Roma atravessou seis séculos de contínua expansão territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre, o Grande.
Tomada pelos germanos, em 476, Roma entrou para a história como símbolo de poder e civilização, de tragédia e glória – a "cidade eterna". Ainda hoje, qualquer escavação ou simples canteiro de obras revela novos detalhes do passado da cidade.

30 d.C.: Crucificação e morte de Jesus

O dia 7 de abril do ano 30 é a provável data da morte de Jesus Cristo. Indícios de sua existência foram registrados pelos historiadores judeus Flavius e Josephus, e depois pelos romanos Tácito, Suetônio e Plínio.
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"Segundo a tradição" é a expressão usada pelos historiadores quando não têm certeza científica a respeito de determinado acontecimento. Por isso, afirmam que, "segundo a tradição", Jesus de Nazaré foi um judeu da Galileia, nascido quando os romanos dominavam a Palestina, sob o império de Augusto.
Aos 30 anos, ele teria reunido discípulos e apóstolos e começado a anunciar a Boa Nova (o Evangelho, em grego): a realização das profecias sobre o Messias (Cristo, em grego) e a instauração do reinado de Deus sobre o mundo a partir de Israel.
Caráter mais religioso que científico
Considerado blasfemo e líder de judeus rebeldes, Jesus teria sido submetido a um processo religioso, acusado de conspirar contra o imperador romano César. Segundo pesquisas recentes, ele teria sido crucificado no dia 7 de abril de 30, em Jerusalém, por sentença de Pôncio Pilatos, procurador da Judeia. A crucificação era a pena mais cruel aplicada no Império Romano.
Nenhum estudo sério nega definitivamente a existência de Jesus de Nazaré. Indícios de sua existência já foram registrados pelos historiadores judeus Flavius e Josephus, no final do primeiro século, e, pouco depois, pelos escritores romanos Tácito, Suetônio e Plínio.
É inegável que as fontes históricas usadas para comprovar a existência de Jesus, escritas uma geração após sua morte, têm um caráter mais religioso do que científico. Mas os textos bíblicos dos quatro evangelistas contêm apenas alguns dados do currículo do Messias.
Não se sabe o dia exato de seu nascimento. Alguns estudiosos supõem que tenha sido em agosto, talvez no dia 7, no ano 4, 6 ou 7 a.C., em Belém, a alguns quilômetros de Jerusalém. Essa confusão de datas é atribuída a um erro de cálculo cometido pelo monge Dionísio, no século 6º.
As mesmas fontes indicam que Jesus passou sua infância e juventude com os pais, o carpinteiro José e sua esposa Maria, no norte de Israel. Aos 30 anos, deixou o lar e percorreu a terra dos judeus, pregando o Evangelho. Para a teologia da época, ele se referia a Deus de maneira inusitada, atraindo multidões, mas também desagradando os líderes religiosos.
Doutrina resiste a especulações
Para os discípulos, a vida do mestre não terminou com a execução na cruz no ano 30 (com a idade de 36 ou 37 anos, e não 33, como se crê). "Segundo a tradição", 50 dias após sua morte, durante o período de Pentecostes, eles anunciaram que Cristo ressuscitara e os enviara a pregar por todo o mundo a boa nova da salvação. Essa pequena comunidade de cristãos passou a difundir o cristianismo, transformando-o numa religião mundial.
Os princípios básicos da doutrina cristã têm resistido, ao longo dos séculos, a toda e qualquer especulação a respeito do Jesus "histórico". A fé cristã professa que o Deus revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviou à Terra seu filho como Messias (Salvador).
Ele nasceu numa família simples, morreu, ressuscitou e enviou o Espírito Santo para permanecer no mundo até o final dos tempos. A mensagem cristã baseia-se no anúncio da ressurreição de Cristo, na garantia de que a salvação é sempre oferecida a todos e no princípio da fraternidade, à semelhança do amor que o próprio Deus dedica aos seres humanos.

            Augusto, “Imperator Caesar Divi Filius Augustus, Pai da Pátria, nascido em Roma a 23 de Setembro de 63 a.C., filho de Caio Octaviano e de Júlia, irmã de Júlio César, foi o primeiro dos imperadores que governaram Roma por mais de 400 anos.



               Quando Augusto assumiu o cargo de Imperador, em 27 a.C., Roma tinha já 700 anos de História.
            A lenda da fundação de Roma atribui o facto a dois filhos gémeos de Marte, deus da guerra. Rómulo e Remo, amamentados por uma loba e educados por pastores, fundaram a cidade em 753 a.C. Rómulo matou o irmão e aclamou-se rei, definindo as leis e o governo da cidade. Os seus sucessores mantiveram-se no poder até à morte de Tarquínio, o Soberbo. Esta lenda simboliza a fusão dos povos Latinos, Sabinos e Etruscos na fundação de uma grande povoação, Roma.
            Expulso o rei, em 590 a.C.,  foi proclamada a República. Esta nova forma de governo era presidida por dois Cônsules que exerciam o poder em conjunto com vários magistrados administrativos: Censores (faziam o recenseamento), Questores (recebiam os impostos), Edis (superintendiam mercados, policiamento e limpeza), Pretores (presidiam aos tribunais) e Tribunos da plebe (defendiam os interesses da plebe). Para fazer as leis e eleger todos estes magistrados existia o Senado, assembleia onde só participavam os mais poderosos (patrícios) e suas famílias.
            À medida que se consolidava, a república criou, em Roma, um exército que viria a ser famoso pela sua organização, disciplina e que estendeu o seu poder a toda a Itália,  fazendo da pequena cidade um poderoso estado peninsular.
            A política expansionista de Roma, no Mediterrâneo, encontrou em Cartago uma adversária temível. Esta colónia fenícia protagonizou três Guerras Púnicas e as lutas pela sua submissão deram a Roma, durante 120 anos, pretextos para dominar todos os territórios que rodeiam o Mediterrâneo. Em 146 a.C. os romanos arrasaram Cartago e nasceu, assim, o “Mare Nostrum”. O Mediterrâneo tornou-se um lago romano.



O domínio de povos e culturas tão diversos modificou profundamente o modo de vida em Roma e em todo o império. A vida política evoluiu desde as tentativas de equilíbrio social, propostas pelos senadores Gracos, passou pela ditadura de Sila, pelo consulado de Mário e conduziu à ascensão de Júlio César.       
Caio Júlio César nasceu em 100 a.C., fez carreira no exército e, depois de ter submetido gauleses, helvécios, belgas, vénetas, aquitanos, germanos, bretões, egípcios e ibéricos, recebeu do Senado os títulos de: Ditador Vitalício, Pontífice Máximo e Comandante Supremo dos Exércitos.
          No fim destas guerras, em 47 a.C., este notável estratega passou um mês, em Roma,  a comemorar os seus triunfos com procissões. Os patrícios e o Senado, cuja importância ele ignorou, receosos do seu crescente poder e das suas ambições monárquicas, conspiraram a sua morte. Nos idos de Março (15 de Março) de 44 a.C., segundo o calendário que ele próprio reformara, César foi morto no Senado por um grupo de conspiradores. Entre eles estava Brutus, seu filho adoptivo, a quem terá dirigido as suas últimas palavras:”Tu quoque, Brutus!”(Também tu, Bruto!)   




A morte de César marcou o fim da República e abriu caminho a uma nova forma de governo: o Império, e a um novo governante, vencedor da guerra civil que se seguiu à morte de César: Caio Octávio César Augusto.



Caio Octávio César Augusto 

            “Tinha olhos claros e brilhantes, que ele gostava que fossem vistos como uma fonte de poder divino. Tinha os dentes um pouco afastados, pequenos e estragados. Manteve-se invulgarmente bonito e extremamente gracioso em todos os períodos da sua vida, apesar de não se ralar com os adornos pessoais.  Não se preocupava muito com o estilo de penteado, a ponto de ter vários barbeiros a trabalharem apressadamente ao mesmo tempo, enquanto lia ou escrevia.”
Suetónio


  

            Nascido no seio de uma família aristocrática (era sobrinho de Júlio César), participou em várias expedições militares até regressar a Roma em 44 a.C. para vingar a morte do tio e assumir a sucessão.
            Ao chegar a Roma, encontrou o poder dividido entre os cônsules Marco António e Emílio Lépido, que tentavam dominar o Senado e o partido senatorial. Os dois cônsules, dado que ele tinha sido adoptado como herdeiro por César, propuseram-lhe a partilha do poder através da formação de um triunvirato. O Oriente do Império pertenceria a Marco António, o Ocidente a Caio Octávio, a África a Lépido. Perspicaz e cauteloso, aceitou esta partilha do poder em, 43 a.C., enquanto consolidava a sua posição política e militar.


 
            Restava Marco António. Este vivia no Egipto, com Cleópatracomo um monarca helenístico e não como um comandante romano. Tal comportamento desagradava ao Senado, que o apoiou na sua incursão contra o exército do rival. Em 31 a.C., na batalha de Actium, as tropas de Marco António foram derrotadas e ele suicidou-se. O Egipto passou a ser uma província romana e os cofres do Império receberam o tesouro dos Ptolomeus.
Caio Octávio era, assim, o único aspirante a senhor do mundo romano.
            A habilidade e prudência que revelou durante todo o seu governo, evitaram que cometesse os erros de avaliação do seu pai adoptivo e antecessor. Respondeu aos anseios de paz civil do povo romano, entregando o poder ao Senado. Este insistiu para que ele não deixasse o Estado na anarquia e se mantivesse no poder. Aparentemente, o poder era partilhado pelo Senado e por Caio Octávio. Na prática, o título de Imperador (40 a.C.) e de Augusto (27 a.C.) assinalavam a sua posição como comandante militar supremo e sagrado. O exército passou a jurar-lhe fidelidade e ficou na sua exclusiva dependência.

Ao poder que ele lhe garantia, juntou o da Guarda Pretoriana. Esta era um corpo militar composto por nove Coortes (500 a 1000 homens), constituídas por militares de elite, cuja única função consistia em proteger o Imperador.
 

            A verdadeira vitória de Augusto foi ter consolidado a sua posição de chefe de estado absoluto, com plenos poderes atribuídos pelo Senado, sem que os senadores sentissem a sua importância diminuída. Sem qualquer ameaça de guerra civil, o império iniciou um período de paz e prosperidade (Pax Romana) que permitiu a sua completa romanização. Tão notável foi a acção deste imperador que ainda hoje designamos o período em que viveu como “Século de Augusto”.
            As reformas que implementou começaram com a reconstrução da cidade de Roma. Templos, edifícios públicos, termas, estradas, abastecimento de água, foram renovados e ampliados. Apesar de ter encontrado uma cidade de tijolo e a ter deixadoconstruída em mármore, Augusto não edificou para si uma habitação sumptuosa.   A sua residência, no Palatino, era grande, mas muito simples. Esta simplicidade revelou-a também na vida quotidiana. Fazia refeições frugais, acompanhadas de vinho diluído em água. No vestuárioa sua maior extravagância era o engrossar da sola dos sapatos para parecer mais alto.
            A renovação arquitectónica, iniciada na capital, estendeu-se a todos os territórios graças às movimentações das legiões que transportavam a cultura de Roma e a divulgavam em latim, língua oficial e de comunicação em todo o império. As deslocações e fixação de militares nas províncias eram facilitadas pela extensa rede de estradas que cruzava todo o território (Todos os caminhos vão dar a Roma).  
            Na cultura, Mecenas, um governante de Augusto, protegeu financeiramente literatos e artistas, possibilitando o florescimento de Virgílio, Horácio e outros escritores. O nome deste governante ainda hoje simboliza o auxílio aos homens de letras, artes e ciências.
            Para administrar um território tão vasto e complexo, os magistrados conceberam um complexo conjunto de leis, o Direito Romano, que é a base de muitos sistemas jurídicos modernos. Por todo o império, os tribunais e os magistrados eram obrigados a interpretar e aplicar as leis necessárias ao julgamento de crimes e ao funcionamento da administração.
            O fomento do progresso tranquilo das províncias exigiu uma profunda reforma do governo/administração imperial. As províncias senatoriais e imperiais passaram a ser governadas por senadores que tivessem dado prova de aptidão para o cargo e o seu mandato dependia do trabalho realizado e não da influência política. As elevadas retribuições destes governantes e o controle dos impostos pelo imperador evitavam tentações de rapina e diminuíram substancialmente as dificuldades económicas do Estado.
            Os antigos padrões sociais e morais dos romanos foram promovidos por Augusto, embora ele não tenha sido um modelo nos seus assuntos privados. Denunciou no Senado o comportamento imoral e adúltero da sua filha Júlia, exilou-a para uma ilha no Mediterrâneo, mas manteve uma longa lista de amantes e a reputação de mulherengo inveterado. Apesar destas contradições, durante os quarenta anos do seu governo dignificou as virtudes tradicionais de Roma: carácter, honra, lealdade, frugalidade, coragem e obediência à autoridade.
            Nos últimos anos de vida, Augusto retirou-se da vida pública e viajou para Capri. Morreu de doença, em Nola, a 19 de Agosto de 14. Ao contrário de César, a sua morte não provocou qualquer luta interna. Sucedeu-lhe Tibério, filho da sua mulher Lívia, que ele adoptara como herdeiro.

  

















 
Calígula
37-41


            Caio César Augusto Germânico, passou à História com a alcunha de Calígula. Esta designação (botinhas) foi-lhe dada pelas legiões do Reno e correspondia às botas usadas pelos soldados, caliga.
            Pertencia à família de Augusto, era sobrinho-neto de Tibério, mas o seu reinado esteve muito aquém do do seu antepassado.
            Instituiu uma monarquia divina de inspiração oriental e conduziu a política interna e externa ao sabor das suas alucinações doentias. Os 3 000 milhões de sestércios deixados por Tibério foram gastos em construções extravagantes e jogos de circo tão grandiosos quanto cruéis. O governo central e das províncias foi neglicenciado, pelo que a única coisa que prosperou em todo o império foi a corrupção. No plano externo, a situação não era melhor. Até a tentativa de conquista da Britânia, levada a cabo pelo próprio imperador, redundou em fracasso.
Para tentar compensar estes desastres, aumentou os impostos e confiscou bens aos patrícios. Estas medidas aumentaram o descontentamento do Senado e conduziram à conspiração da sua morte, em 41. As suas cinzas foram, posteriormente, depositadas no Mausoléu de Augusto.

“É tudo sobre Calígula como imperador; falemos agora da sua carreira como monstro.”
                                                                                  Suetónio, vida de Calígula

            Se pouco há a dizer sobre o governo deste imperador, muito ficou registado sobre a sua loucura e maldade.
            O terceiro imperador de Roma teve a infância marcada pelo assassínio da mãe (Agripina) e de dois irmãos. Estas tragédias, conjugadas com uma presumível epilepsia,  moldaram um tirano sanguinário, de quem Tibério disse: “estou a educar uma víbora para o povo romano”.
            Ao seu hábito de beber pérolas dissolvidas em vinagre, juntava-se o gosto pelas corridas de quadrigas e a participação nos jogos de circo como gladiador trácio. Para o seu cavalo de corrida, Incitatus, construiu um estábulo de mármore com manjedouras em marfim. Oferecia jantares em seu nome e , supostamente, pretendeu dar-lhe o cargo de cônsul.
            Embora tenha casado quatro vezes, manteve uma relação incestuosa com a irmã, Drusila.
            Tendo assassinado todos os que se lhe opunham ou constituíam uma possível ameaça, acabou golpeado por oficiais da sua guarda pretoriana.Nero
54-68

            Lúcio Domício Enobarbo, um dos mais cruéis imperadores de Roma, era sobrinho de Calígula. Filho de Agripina, foi adoptado pelo imperador Cláudio como seu sucessor, tendo então recebido o nome de Nero Cláudio César Augusto Germânico.
            Os primeiros anos do seu governo foram tranquilos e promissores. Actuando sob orientação do filósofo Séneca e de Âfranio Burro, ofereceu donativos à guarda pretoriana, prometeu ao Senado cumprir os princípios de Augusto, fez a paz com o império Parta e reconquistou territórios perdidos pelo seu antecessor.
            Depois desta moderação, que lhe granjeou a admiração do povo, revelou a loucura patológica que também tinha caracterizado a actuação do tio, Calígula.
            Em 59 mandou matar a mãe, que o usava para governar o império. Esta não seria a sua única vítima, pois matou também duas esposas e um sem número de pretensos opositores.
            A sua actuação como governante do império foi substituída por actos excêntricos e espectáculos de circo.
        Manteve dois amantes homossexuais, participou nos Jogos
Olímpicos (tendo subornado juízes e atletas), compôs canções que cantou em espectáculos públicos ao som de uma lira e assistiu, deleitado, ao incêndio de Roma. Embora tenha sido acusado de ser o autor desta calamidade, lançou as culpas aos cristãos e aproveitou o espaço tornado disponível para construir o seu novo palácio, a domus áurea.
            Estes excessos e a má administração do império conduziram as finanças à bancarrota, tendo Nero aumentado os impostos e executado patrícios para lhes confiscar as riquezas. Pela segunda vez na História do império, os senadores e a guarda pretoriana uniram-se para eliminar o imperador. Resistiu a uma conspiração em 65, mas não conseguiu superar a revolta do governador da Gália( Júlio Vindex) e o abandono dos oficiais da guarda pretoriana. Suicidou-se, em 68, frente aos soldados que o iam prender. O seu corpo foi sepultado no monte Píncio, no túmulo da família do pai.Cómodo
180-192

              César Lúcio Aurélio Cómodo Antonino Augusto, “mais selvagem que Domiciano, mais louco que Nero”, foi retratado no filme O gladiador. Filho do respeitado imperador Marco Aurélio, não herdou a sua sensatez e inteligência.
            Por morte do pai, assumiu o poder aos 18 anos, em 180, e cedo revelou um carácter tresloucado e megalomaníaco. Delegou o poder em vários adjuntos, para se dedicar a vícios sexuais depravados e exibições, como gladiador, no coliseu.    Ver filme.
            Considerava-se Hércules e usava uma pele de leão e uma matraca, nas suas raras aparições em público. Vítima de vários atentados, rodeou-se de um forte corpo de guardas pretorianos e mandou assassinar reais e pretensos conspiradores. A sua irmã mais velha, Lucilla, não assistiu à sua morte, ao contrário do que é apresentado no “gladiador”, ela foi executada por ter instigado uma tentativa de assassínio.
        Esquerdino, participou pessoalmente em vários jogos realizados no coliseu. Disfarçado de Hércules, nos jogos de Novembro de 192, lutou como gladiador e matou vários animais domésticos e selvagens. Ameaçou os senadores exibindo uma cabeça de avestruz e uma espada ensanguentada. Com este gesto assinou a sua sentença de morte, pois, para salvar as suas vidas, os visados envenenaram-no e estrangularam-no, nesse ano. O corpo deste digno sucessor de Calígula e de Nero foi sepultado no Mausoléu de Adriano.       RÓMULO AUGÚSTULO
475-476

            O império romano cresceu dominando os povos estrangeiros (bárbaros) que o delimitavam e extinguiu-se quando estes o invadiram.
            Desde o séc. I, Roma assimilou pacificamente os conquistados, transmitindo-lhes a sua cultura e modo de vida. Os bárbaros trabalhavam para os romanos, entravam nos mais altos cargos administrativos e serviam no exército, dada a escassez de tropas para controlar as fronteiras.
            As infiltrações pacíficas foram substituídas por invasões, a partir do séc. IV. As investidas de Visigodos, Vândalos, Godos, Anglos, Francos, Hunos, afundaram a economia do império e desorganizaram as instituições políticas. O poder imperial caiu na mão de generais ambiciosos e sem escrúpulos.
            A partir da altura em que os comandantes estrangeiros , bárbaros, começaram a intervir na vida política romana, elegendo e assassinando imperadores, o fim do império romano estava traçado. Em 476, o vastíssimo território estava limitado à Itália e Sicília, quando foi conquistado por Odoacro, chefe dos Hérulos. Rómulo Augústulo, o último dos imperadores, abdicou e retirou-se para a Campânia. Odoacro intitulou-se Rex Germanorum Italiae, enterrando o império romano do ocidente.
 13 de julho de 100 a.C.15 de março de 44 a.C.) foi um patrício, líder militar e político romano. Desempenhou um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano. Muito da historiografia das campanhas militares de César foi escrita por ele próprio ou por fontes contemporâneas dele, a maioria, cartas e discursos de Cícero e manuscritos de Salústio. Sua biografia foi posteriormente melhor escrita pelos historiadores Suetônio e Plutarco. César é considerado por muitos acadêmicos como um dos maiores comandantes militares da história.
Nascido em uma família patrícia de pequena influência, César foi galgando seu lugar na vida pública romana. Em 60 a.C., ele e os políticos Crasso e Pompeu formaram uma aliança (o Primeiro Triunvirato) que acabou dominando a política romana por anos. Suas tentativas de manter-se no poder através de táticas populistas enfrentavam resistência das classes aristocráticas conservadoras do senado romano, liderados por homens como Catão e Cícero. César conquistou boa reputação militar e dinheiro durante as Guerras Gálicas (58–50 a.C.), expandindo os domínios romanos para o norte até o Canal da Mancha, anexando a Gália (atual França), e no leste até o Reno(dentro da atual Alemanha). Ele também se tornou o primeiro general romano a lançar uma incursão militar na Britânia.Suas conquistas lhe deram enorme poderio militar e respeito, que acabou ameaçando a posição do seu companheiro político, e agora rival, Pompeu Magno. Este último havia mudado de lado, após a morte de Crassoem 53 a.C., e agora apoiava a ala conservadora do senado. Com a guerra na Gália encerrada, os senadores em Roma exigiram que César dispensasse seu exército e retornasse à capital. Recusou-se a obedecer e em 49 a.C.cruzou o rio Rubicão com suas legiões, entrando armado na Itália (em violação da lei romana que impedia um general de marchar em Roma). Isso precipitou uma violenta guerra civil, que terminou com uma vitória de César, com ele assumindo poder total na República.[2]
Em 49 a.C., César assumiu o comando em Roma como um ditador absoluto. Ele iniciou então uma série de reformas sociais e políticas, incluindo a criação do calendário juliano. Continuou a centralizar o poder e a burocracia da República pelos anos seguintes, dando a si mesmo grande autoridade. Porém a ferida da guerra civil ainda estava aberta e a oposição política em Roma começou a conspirar para derrubá-lo do poder. As conspirações culminaram nos Idos de Março em 44 a.C. com o assassinato de César por um grupo de senadores aristocratas liderados por Marco Júnio Bruto. Sua morte precipitaria uma nova guerra civil pelos espólios do poder e assim o governo constitucional republicano nunca foi totalmente restaurado. O seu sobrinho-neto, Caio Otaviano, foi feito seu herdeiro em testamento. Em 27 a.C., o jovem passaria para a história como Augusto, o primeiro imperador romano, adotando o título de César e reivindicando para si o seu legado político.
Júlio César, busto no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles
Ditador da República Romana Spqrstone.jpg
Período49 a.C. a 44 a.C.
Cônsul da República Romana Spqrstone.jpg
Período1 de janeiro de 44 a.C.
a 15 de março de 44 a.C.
Antecessor(a)Caio Rébilo
Caio Trebônio
Sucessor(a)Públio Cornélio Dolabela
Marco Antônio
Período1 de janeiro de 46 a.C.
a setembro de 45 a.C.
Antecessor(a)Quinto Caleno
Públio Vatínio
Sucessor(a)Quinto Fábio Máximo
Caio Trebônio
Período1 de janeiro de 48 a.C.
a 1 de janeiro de 47 a.C.
Antecessor(a)Caio Cláudio Marcelo
Lúcio Cornélio Lêntulo Crus
Sucessor(a)Quinto Caleno
Públio Vatínio
Período1 de janeiro de 59 a.C.
a 1 de janeiro de 58 a.C.
Antecessor(a)Quinto Metelo Céler
Lúcio Afrânio
Sucessor(a)Lúcio Calpúrnio Cesonino
Aulo Gabínio
Dados pessoais
Nome completoCaio Júlio César
Nascimento13 de julho de 100 a.C.
RomaRepública Romana
Morte15 de março de 44 a.C. (55 anos)
RomaRepública Romana
NacionalidadeRomano
ProgenitoresMãe: Aurélia Cota
Pai: Caio Júlio César
Cônjuge1ª Cornélia Cinila
2ª Pompeia Sula
3ª Calpúrnia Pisônia
FilhosJúlia
Ptolemeu XV
PartidoPopulares
ReligiãoPoliteísmo romano
Serviço militar
GraduaçãoGeneral
Batalhas/guerrasGuerras da Gália
Segunda Guerra Civil da República Romana

Infância e carreira inicial

Denário de Júlio César com imagem de elefante.
Júlio César nasceu em uma família patrícia, a gente Júlia, que afirmava ser descendente de Ascânio, filho do legendário troiano Eneias, que por sua vez era, segundo a mitologia romana, filho da deusa Vênus.[3] O seu cognome "César" se originou, de acordo com Plínio, o Velho, com um ancestral seu nascido de cesariana (palavra do latim que quer dizer "cortar", caederecaes). A História Augusta sugere três razões para o seu nome: a primeira é que César nasceu com muito cabelo (em latim caesaries); que tinha olhos cinza bem claro (em latimoculis caesiis); ou que matou um elefante (caesai) em batalha.O próprio César mandou fabricar moedas com retrato de elefantes, sugerindo que favorecia esta interpretação do seu nome
Apesar de pertencer a uma família tradicional da aristocracia romana, os Júlios Césares (Julii Caesares) não eram muito influentes politicamente em Roma, apesar de que, no século anterior, membros desta família conseguiram altos cargos na República.[7] O pai de César, também chamado Caio Júlio César, governou a província da Ásia,[8][9][10][11] e sua tia Júlia era casada com o general Caio Mário, uma das figuras políticas mais importantes em Roma naquela época.[12] Sua mãe, Aurélia Cota, era membro influente na família. Pouco é sabido sobre a infância de César.[8][9]
Caio Mário, tio de César
Busto na Gliptoteca de Munique
Em 85 a.C., o pai de César morreu subitamente.[8][10] Assim, aos 16 anos, tornou-se o chefe da família. Ao mesmo tempo, eclodiu uma guerra civil entre o seu tio, Caio Mário, e o seu rival, o general Sula. Ambos os lados realizaram expurgos, quando puderam, dos partidários do seu adversário, incluindo nas famílias deles. Enquanto Mário e seu aliado, Lúcio Cornélio Cina, estavam no controle da cidade, César foi nomeado como o novo alto-sacerdote de Júpiter, e então casou-se com a filha de Cina, Cornélia.Após a vitória final de Sula, as conexões de César com o regime de Mário fizeram dele um alvo do novo governo: foi despojado de sua herança, do dote de sua esposa e do seu sacerdócio, mas se recusou a se divorciar de Cornélia e foi forçado a fugir e se esconder.A ameaça contra ele minguou depois que uma investigação na família de sua mãe mostrou que alguns deles apoiaram Sula e eram vestais. Sula desistiu de perseguir César, mas afirmou que viu muito de Mário nele.
Apesar do perdão, César não se sentia seguro com Sula ainda no poder. Preferiu ficar afastado de Roma e se juntou ao exército, servindo sob comando de Marco Minúcio Termo na Ásia e Servílio Isáurico na Cilícia. César serviu com distinção, ganhando a coroa cívica por sua participação no cerco de Mitilene. Numa missão na Bitínia, para assegurar o apoio da frota de Nicomedes IV, teve que ficar tanto tempo na sua corte que rumores surgiram de que estava tendo um caso amoroso com o rei, algo que sempre negou. Ao ouvir da morte de Sula em 78 a.C., retornou para Roma. Devido à falta de dinheiro como resultado do confisco de sua herança, alugou uma casa modesta em Subura, um bairro de classe baixa de Roma. Tornou-se então advogado e ficou conhecido por sua boa oratória, sempre fazendo firmes gestos com os braços e por ter uma voz alta. Também ficou notório por processar ex-governadores acusados de extorsão ou corrupção, logo ficando conhecido pelo povo por causa disso.[
Durante uma viagem, no meio do mar Egeu, César foi sequestrado por piratas e feito prisioneiro. Manteve uma atitude de superioridade durante o seu cativeiro: quando os piratas exigiram 20 talentos de prata como resgate, insistiu que exigissem 50.Com o valor pago, foi libertado; em retaliação pelo episódio, César recrutou uma frota, perseguiu, capturou os piratas e os crucificou, como havia prometido durante o cativeiro - uma promessa que seus sequestradores haviam considerado uma piada. Como um sinal de "clemência", aliviou-lhes a dor da crucificação facilitando a sua morte, ao cortar-lhes as gargantas. Pouco tempo depois, foi reconvocado pelo exército, servindo no leste. Naquele momento a reputação de César como um competente comandante militar começou a se formar.
Quando retornou para Roma, foi eleito um tribuno militar, sinalizando o início de uma carreira política. Foi então eleito questor por 69 a.C.,e durante este mesmo ano fez um discurso durante o funeral de sua tia Júlia e incluiu palavras de apoio ao marido dela, o general Mário (como Sula estava morto, agora era seguro). Ainda naquele ano, sua esposa, Cornélia, morreu. Após seu enterro, na primavera ou começo do verão de 69 a.C., César foi servir como questor na Hispânia. Por lá teria encontrado uma estátua do rei macedônio Alexandre, o Grande, e percebeu, com desgosto, que havia chegado na mesma idade de Alexandre (que fora um grande conquistador) sem ter conseguido muita coisa na vida. Ao retornar para casa, em 67 a.C., casou-se com Pompeia, que era neta de Sula (os dois se divorciaram mais tarde).[30][31][32]
O ditador Lúcio Cornélio Sula que despojou César do seu sacerdócio.
Busto na Gliptoteca de Munique
Em 65 a.C., aliou-se a Crasso, um dos homens mais ricos de Roma, e conseguiu apoio financeiro deste para se eleger edil no mesmo ano. Em 63 a.C., concorreu ao posto de pontífice máximo, o alto sacerdote da religião romana, concorrendo contra dois senadores. Todos os lados se acusaram de subornos e outros crimes. Ainda assim, César venceu, derrotando oponentes mais experientes.Quando Cícero, servindo na época como cônsul, expôs um esquema por parte de Lúcio Sérgio Catilina para tomar o controle da República, vários senadores acusaram César de participar do complô, algo que ele negou.[37]
Depois de servir também no cargo de pretor em 62 a.C., César foi nomeado para governador da Hispânia Ulterior (sudeste da Espanha) como promagistrado,embora alguns acreditem que também detinha poderes proconsulares (de governador). Ainda estava profundamente endividado e precisava satisfazer os seus credores antes de partir, o que levou-o a procurar Crasso. Em troca do seu apoio político em oposição a algumas políticas do general Pompeu, Crasso pagou uma parte da dívida de César e agiu como fiador do resto. Ainda assim, para evitar que se tornasse um cidadão privado normal e assim ficasse aberto a um processo legal devido a suas dívidas, César partiu para governar suas províncias antes que seu pretorado terminasse. Enquanto na Hispânia, subjugou duas tribos locais e foi saudado como imperator (comandante) por suas tropas, terminando seu mandato como governador local com uma boa reputação.
César teve o título de imperator em 60 a.C. e 45 a.C.. Na República Romana, este título honorifico só era conferido a certos líderes militares. Tropas do exército costumavam proclamar seu general como imperator depois que conquistavam grandes vitórias e homens com esse título poderiam solicitar uma marcha triunfal ao senado. Contudo, também queria a posição de cônsul, a mais alta magistratura da República. Se fosse celebrar um triunfo, deveria permanecer como um soldado e ficar fora da cidade até a cerimônia, mas para concorrer às eleições teria que abrir mão do seu comando e entrar na Itália desarmado como um cidadão privado comum; pediu então ao senado para que pudesse concorrer in absentia, mas o senador Catão, o Jovem, que não gostava de César, bloqueou a proposta. Como não podia mesmo pedir um triunfo como comandante militar e ser cônsul ao mesmo tempo, César preferiu perseguir o consulado.Em 60 a.C., César tentou se candidatar para as eleições para cônsul no ano seguinte, junto com outros dois candidatos. A eleição foi sórdida – até Catão, com sua reputação de incorruptibilidade, teria partido para subornos para tentar favorecer os oponentes de César. Ainda assim venceu, junto com o conservador Marco Calpúrnio Bíbulo.[47] César já estava em dívida política com Crasso, mas também se aproximou de Pompeu. Pompeu e Crasso já não se entendiam bem como antes, então César tentou reconciliá-los. Os três tinham dinheiro e influência política suficiente para controlar a vida pública da nação. Esta aliança informal, que ficou conhecida como Primeiro Triunvirato ("governo de três"), foi consolidada pelo casamento entre Pompeu e a filha de César, Júlia. César também se casou novamente, com Calpúrnia Pisão, filha do poderoso senador Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino.[
César então propôs uma redistribuição de terras públicas, pela força se necessário, para beneficiar os mais pobres. Pompeu e Crasso apoiaram a proposta, tornando público o triunvirato. Pompeu encheu as ruas de tropas, com o objetivo de intimidar os inimigos dos triúnviros. Bíbulo declarou que os presságios eram desfavoráveis e tentou anular a nova lei, mas foi afastado do senado por homens armados a mando de César e forçado a aposentar-se. Bíbulo não foi o único que sofreu com a repressão. Qualquer um que mostrasse oposição às ideias do Triunvirato (especialmente as de César) era preso.
Quando César foi eleito para cônsul, a aristocracia tentou limitar seu poder futuro, especialmente para evitar que tivesse comando militar.[60] Porém, com a ajuda de aliados, César foi nomeado governador da Gália Cisalpina (norte da Itália) e Ilírico (sudeste da Europa), com a Gália Transalpina (sul da França) sendo adicionada mais tarde, dando-lhe comando de quatro legiões completas. Seu mandato de governador seria de cinco anos e, com o cargo, teria imunidade processual. Quando seu consulado terminou, César fugiu para suas províncias para evitar ser processado por irregularidades cometidas em seu mandato

Guerras da Gália

Movimentos de César na Gália
César estava atolado em dívidas, mas havia dinheiro para ser feito governador, especialmente através de extorsão e aventuras militares. Seu objetivo não era só ganhar dinheiro, mas conseguir glória nos campos de batalha; anexar novos territórios a Roma também lhe traria ganhos políticos e o respeito do povo. Possuía quatro legiões sob seu comando e duas províncias que tinham fronteira com territórios não conquistados. A região mais vulnerável era a Gália, profundamente dividida e instável e habitada por tribos com vocação guerreira, que no passado já haviam derrotado Roma em combate. O pretexto para a invasão romana veio quando tribos gálicas aliadas a Roma foram derrotadas por rivais, estes apoiado por guerreiros germânicos, na batalha de Magetóbriga. César usou o receio de que estas tribos tentassem migrar para regiões próximas à península Itálica e que tivessem intenções belicosas para justificar uma incursão militar na Gália. César então recrutou mais legiões e derrotou estas tribos em batalha na fronteira do império.
Em resposta às atividades de César, as tribos do norte da Gália começaram a se armar. Júlio César viu isso como um movimento agressivo e, depois de uma batalha inconclusiva, partiu para derrotar cada uma das tribos gaulesas de forma separada. Enquanto isso, uma das suas legiões conseguiu avançar até o extremo norte da Gália, chegando à margem oposta à Britânia. Na primavera de 56 a.C., os triúnviros fizeram uma reunião de emergência. A situação em Roma era tensa e a aliança política de que César dependia estava se desfazendo. A Conferência de Luca renovou o Primeiro Triunviratoe deu mais cinco anos de mandato para César como governador de suas províncias. Enquanto isso, a conquista do norte da Gália havia sido completada, embora alguns bolsões de resistência permanecessem.
Em 55 a.C., César repeliu uma invasão de tribos germânicas na Gália. Então construiu pontes sobre o rio Reno e avançou no território germânico para demonstrar força, mas depois recuou. Mais tarde naquele verão, teve que sufocar uma rebelião na Bélgica. Acusando os britões de interferir em sua guerra, lançou uma invasão da Britânia.[ Suas informações da região eram ruins, e apesar de ele ter conquistado uma consistente base costeira, não conseguiu avançar dentro do território britânico e decidiu retornar para a Gália para o inverno.Regressou à Britânia no ano seguinte, mais bem preparado e com mais tropas, e conseguiu avançar mais: conquistou territórios e fez alianças, porém retornou quando uma revolta, decorrente da má colheita, eclodiu no coração da Gália.
Vercingetórix joga sua espada aos pés de César, simbolizando sua rendição.
Por Lionel Royer, no Museu Crozatier
Enquanto César estava na Britânia, sua filha Júlia, esposa de Pompeu, morreu no parto do seu primeiro filho. César tentou revitalizar sua aliança com Pompeu ao oferecer sua sobrinha-neta em casamento, mas a proposta foi recusada. Pompeu preferiu se casar com Cornélia Metela, filha de Metelo Cipião, um dos maiores adversários de César no senado. Em 53 a.C., Crasso foi morto na Batalha de Carras durante a mal sucedida invasão romana do Império Parta. Sua morte marcou o fim do triunvirato e o falecimento de Júlia foi o ponto final de ruptura entre César e Pompeu. A República agora estava em pé de uma nova guerra civil. Pompeu, agora com apoio completo da aristocracia conservadora, foi nomeado pelo senado como o único cônsul em Roma.
Em 53 a.C. quase toda a Gália, Bélgica e partes da fronteira com a Germânia estavam sob controle militar romano depois de apenas cinco anos de guerra. Embora, na verdade, os gauleses fossem tão bons guerreiros quanto os romanos, suas divisões internas garantiram a vitória de Júlio César, que soube explorar bem a desunião gaulesa e as habilidades de suas próprias tropas. Ainda assim, os gauleses tentariam uma última vez se livrar do jugo romano. Vercingetórix, chefe da tribo dos Arvernos, liderou os gauleses em revolta. A 52 a.C. boa parte das tribos da Gália já estavam unidas em apoio à revolta contra Roma.Vercingetórix provou ser um comandante astuto, derrotando os romanos em alguns confrontos. Porém César trouxe reforços e forçou o recuo do principal exército gaulês. Os romanos empurraram Vercingetórix à cidade de Alésia, onde habilmente o cercaram e derrotaram e também repeliram reforços que tentaram furar o cerco. Apesar de o conflito ter prosseguido, na forma de guerrilha, pelos dois anos seguintes,[75] a conquista da Gália foi assegurada com a rendição de Vercingetórix e suas forças em Alésia. O historiador Plutarco estima que o número de gauleses mortos passou de um milhão, além de outro milhão de pessoas terem sido feitas escravas. Os romanos subjugaram mais de 300 tribos e destruíram pelo menos 800 cidades.
Apesar de César provavelmente ter exagerado os números para fazer sua vitória parecer maior do que realmente foi, a Gália realmente sofreu com a guerra e milhares de pessoas foram mortas. Em 50 a.C., após oito anos de guerras, a resistência gaulesa contra a ocupação romana estava completamente morta. A região permaneceria como parte do Império Romano pelos próximos quinhentos anos. César faria fortuna vendendo milhares de pessoas à escravidão, além de também vender bens e produtos saqueados das cidades da Gália. Mais importante que o dinheiro, sua conquista deu-lhe boa reputação militar, além de respeito e amor por parte da população em geral. O exército que comandou também passou a idolatrá-lo e ter orgulho de servi-lo (algo que contribuiu para isso, além dos sucessos no campo de batalha, era sua campanha para dar terras e outros benefícios para os seus veteranos).Em 50 a.C., o mandato de Júlio César como governador acabou, terminando assim sua imunidade processual. O senado, liderado por Pompeu, ordenou que César dispensasse suas legiões e retornasse para Roma.[ Sem essa imunidade que desfrutava como magistrado, temia que fosse processado pelos senadores. Pompeu e a aristocracia romana acusavam-no de insubordinação e traição. Júlio César então afirmou que não tinha opção a não ser lutar pelos seus direitos. A lei romana proibia que qualquer general entrasse na Itália com seu exército. Ainda assim, em janeiro de 49 a.C., César cruzou o rio Rubicão (a fronteira oficial da Itália) com apenas uma legião (a XIII), dando início à guerra civil. Ao atravessar o Rubicão, segundo Plutarco e Suetônio, César teria citado a famosa frase do dramaturgo ateniense Menandro, "Alea jacta est" ("o dado está lançado").[Erasmo de Roterdã, contudo, afirma que a tradução do grego mais precisa no modo imperativo seria "alea iacta esto" ("deixe o dado ser lançado").
Pompeu não tinha como montar uma defesa coesa e decidiu, acompanhado pela maioria dos senadores, fugir para o sul para tentar recrutar mais tropas. Apesar de ter mais soldados que César, que tinha apenas uma legião sob seu comando, Pompeu não queria lutar. César o perseguiu, pretendendo capturá-lo.Pompeu conseguiu fugir, tomando refúgio na Grécia junto com o senado. César não tinha uma frota e, enquanto seus navios eram construídos, partiu até a província da Hispânia, deixando a Itália sob controle do general Marco Antônio, seu segundo em comando. Após marchar de Roma até a Hispânia com seu exército em apenas 27 dias, derrotou os partidários de Pompeu por lá. Depois partiu, de navio, até a Ilíria, onde enfrentou Pompeu e quase foi derrotado na Batalha de Dirráquio, mas conseguiu evitar ser capturado e saiu com boa parte das tropas intactas. César, contudo, não podia ficar rodeando a Grécia por muito tempo, pois ficaria sem suprimentos. Finalmente, a 9 de agosto de 49 a.C., Pompeu e César travaram a importante Batalha de Farsalos. Mesmo em desvantagem numérica de quase três para um, César derrotou o rival e colocou seu exército em fuga. Esta batalha se provaria decisiva na guerra civil.[105]
Cleópatra e César
Por Jean-Léon Gérôme, 1866
Em Roma, César foi nomeado ditador, com Marco Antônio como seu mestre da cavalaria (vice-comandante); César presidiu sobre sua própria eleição que lhe deu seu segundo consulado.] Derrotados, Pompeu e o senado decidiram se separar. Pompeu fugiu para o Egito, com César em seu encalço. Chegando lá, foi presenteado pelas autoridades locais com a cabeça de Pompeu.[ César ficou furioso e ordenou a prisão (e depois execução) dos responsáveis.[] Decidiu permanecer no Egito por um tempo, presenciou a guerra civil entre o jovem Ptolemeu XIII e sua irmã e co-regente Cleópatra VII. César decidiu apoiar esta última e resistiu ao cerco de Alexandria antes de derrotar Ptolemeu XIII na Batalha do Nilo de 47 a.C., instalando Cleópatra como a única governante. César e Cleópatra saíram para comemorar sua vitória com uma procissão triunfal pelo rio Nilo, acompanhados de 400 navios. Na festa, ele foi introduzido às extravagâncias dos faraós egípcios.[110]
César e Cleópatra se tornaram amantes, ficando juntos em Alexandria por mais um ano. Os dois não podiam se casar, pois a lei romana não reconhecia o casamento de um cidadão com uma não romana. Porém, relacionamento com um bárbaro não era considerado adultério. Os dois teriam gerado um filho juntos, Cesarião, e Cleópatra visitou Roma pelo menos uma vez, residindo na vila de César nas margens do rio Tibre. Ao fim de 48 a.C., César foi novamente nomeado ditador, com o mandato de um ano.Após resolver os problemas no Egito, partiu para o Oriente Médio, onde conquistou uma vitória fácil contra o rei Fárnaces II de Ponto; sua vitória foi tão rápida e tão fácil que teria zombado da vitória difícil anterior de Pompeu sobre estes. Ao vencer mais um inimigo, César teria dito sua famosa frase "Veni, vidi, vici" ("Vim, vi, venci").[111]
Depois partiu para o norte da África para derrotar as forças do senado por lá. Conquistou uma vitória decisiva, em 46 a.C., sobre as tropas de Catão, o Jovem, que acabou cometendo suicídio logo depois. No mesmo ano derrotou outra tropa senatorial, na batalha de Tapso, em que foi morto Metelo Cipião, um dos líderes da facção anticesarina no senado.[113] César foi então nomeado ditador pelos dez anos seguintes.[Os filhos de Pompeu fugiram para a Hispânia e lá prepararam a última resistência contra César. Finalmente, na batalha de Munda (março de 45 a.C.), derrotou o último bastião da resistência armada contra ele. Nesse meio tempo, com um senado reduzido, formado basicamente por seus partidários, César foi eleito para um terceiro e quarto mandatos como cônsul (em 46 e 45 a.C. respectivamente).[

Governo

Júlio César
Estátua no Jardins das TulheriasParis
Enquanto ainda estava em uma campanha na Hispânia, o senado concedera diversas honras a César. Ele preferiu não se vingar dos inimigos, preferindo perdoar a maioria deles. Por parte da população comum não havia uma forte oposição. Grandes jogos e celebrações aconteceram em abril para celebrar sua vitória em Munda. Plutarco escreveu que muitos romanos acreditavam que aquela celebração foi de mal gosto, pois foi uma vitória contra outros romanos, no meio de uma guerra civil. Quando César retornou à Itália, em 45 a.C., protocolou oficialmente seu testamento, nomeando seu sobrinho-neto Caio Otávio (ou Otaviano, mas que viria a ser conhecido como Augusto César) como seu principal herdeiro, deixando-lhe diversas propriedades e vastas quantidades de dinheiro. César escreveu também que caso Otávio morresse antes dele, Décimo Júnio Bruto Albino seria o seu próximo herdeiro. No testamento também deixou presentes e dinheiro para os cidadãos de Roma.
Durante o começo da sua carreira, César testemunhou o quão disfuncional e caótica a República Romana se tornara. A máquina republicana havia quebrado sob o peso do imperialismo, perda de poder das autoridades centrais na capital, com as províncias se tornando praticamente principados independentes sob controle total dos governadores e ainda com o exército profundamente polarizado e sendo usado para fins políticos. Com o governo central enfraquecido, a corrupção política havia saído do controle e o status quo era mantido por uma aristocracia corrupta que não via necessidade de mudar um sistema que perpetuava suas riquezas.[117]
Entre a travessia do rio Rubicão em 49 a.C. e o seu assassinato em 44 a.C., César estabeleceu uma nova constituição, que deveria alcançar três objetivos. Primeiro, queria suprimir toda a resistência armada fora nas províncias e assim trazer a ordem de volta ao país. Segundo, queria construir um governo forte em Roma. Terceiro e finalmente, queria unir o império em uma única unidade coesa. Este primeiro objetivo foi conquistado quando César derrotou Pompeu e seus partidários no senado.As outra duas metas, para consegui-las, assumiu que precisaria de poder absoluto e que este fosse incontestável, então aumentou sua própria autoridade em detrimento de outras instituições políticas. Por fim, anunciou dezenas de medidas reformistas para reerguer o país, que foram desde a alteração do calendário até a redistribuição de terras.

Ditadura

Após derrotar seus inimigos e retornar para Roma, o senado concedeu a César o triunfo (uma homenagem pública para prestigiar um comandante militar) por suas vitórias sobre a Gália, Egito, Fárnaces II e Juba Irei númida que apoiara seus opositores em Tapso. Ele decidiu não realizar festividades para celebrar vitórias sobre outros romanos durante a guerra civil. Nem tudo foi como César planejou. Quando Arsínoe IV, ex rainha do Egito, foi exibida em correntes nas ruas de Roma, o público admirou sua coragem e teve pena dela.[120][121] Os jogos triunfais aconteceram, com caçadas envolvendo 400 leões e lutas de gladiadores. Uma batalha naval também foi recriada no Campo de Marte, que fora inundado para a ocasião. No Circo Máximo, dois exércitos de cativos, incluindo duas mil pessoas, duzentos cavalos e vinte elefantes, lutaram até a morte. Muitos criticaram César afirmando que suas festividades eram extravagantes. Uma pequena revolta começou. Dois membros desta revolta foram mortos por sacerdotes no Campo de Marte, a mando de César.[122]
Após as festividades do triunfo, César começou a tentar aprovar sua ambiciosa agenda política. Ordenou que um censo fosse feito, que resultou em uma redução da distribuição de cereais e do desperdício. Aprovou uma lei suntuária para restringir a compra de certos bens de luxo. Depois, uma nova lei foi aprovada para premiar famílias que tinham muitos filhos, para acelerar o repovoamento da Itália. Baniu as corporações de ofício profissionais, exceto as mais antigas, e também aprovou uma lei que dava limites de mandatos para governadores de províncias e outra de reestruturação de dívidas, que acabou por eliminar ¼ de todas as dívidas do povo da cidade.[122] O Fórum de César, com o Templo de Vénus Genetrix, foi construído, junto com várias outras obras públicas, que empregaram milhares de cidadãos. César também aumentou a regulação de compra de cereais subsidiada pelo Estado e reduziu o número de beneficiários, que entraram em um registro especial.[124] De 47 a 44 a.C., fez planos para distribuir terras para aproximadamente 15 000 dos seus veteranos.
Uma das mudanças mais importantes do seu governo, contudo, foi sua reforma no calendário romano. O calendário era regulado pelas fases da lua, o que era confuso. César adaptou o calendário da maneira como os egípcios faziam, sendo regulado pelo sol. A extensão do ano passou a ser de 365,25 dias, com a adição de um dia extra em fevereiro a cada quatro anos.[126] Para sincronizar o calendário novo com as estações do ano, criou três meses extras, implementando isso em 46 a.C.. Assim, o calendário juliano começou oficialmente em 1 de janeiro de 45 a.C.] O calendário sofreria poucas mudanças ao decorrer do tempo, tornando-se o padrão no mundo ocidental.[126]
Pouco antes de seu assassinato, aprovou uma série de novas reformas. Estabeleceu uma força policial permanente, nomeou funcionários públicos para supervisionar a implementação da reforma agrária e ordenou a reconstrução das cidades de Cartago e Corinto. Também estendeu o direito dos povos latinos por todo o mundo romano, e então aboliu o sistema de taxação e o reverteu para o sistema antigo onde eram as cidades que coletavam os impostos para si próprias, evitando a necessidade de intermediários (reduzindo a corrupção). Seu assassinato impediu a implementação de mais reformas, incluindo a construção de um grande templo de Marte, um pomposo novo teatro e uma biblioteca maior que a de Alexandria.Também queria converter a cidade de Óstia num grande porto e criar um canal cortando Istmo de Corinto. Militarmente, pretendia conquistar a Dácia e também a Pártia, para vingar a derrota romana em Carras. Assim iniciou uma mobilização de tropas no leste. O senado o nomeou censor em caráter vitalício e ainda o nomeou "Pai da Nação", e o mês quintil foi renomeado julho em sua honra.
Júlio César
Estátua no Museu do Louvre
Ele recebeu outras honras e nomeações oficiais em caráter vitalício. Essa acumulação de cargos foi mais tarde usada como um dos pretextos para o seu assassinato. Seus opositores afirmavam que César estava acumulando poderes de um rei. De fato, coisas comuns na era dos reis em Roma voltaram, como moedas sendo feitas com seu rosto e grandes e ostentosas estátuas. Ele mandou colocar no senado uma grande cadeira banhada em ouro, enquanto usava um pomposo vestido e iniciou uma forma não oficial de culto a sua pessoa.

Reformas políticas

A reforma política que implementou em Roma é complicada. César tinha poderes ditatoriais e de tribuno, mas alternava nas funções de cônsul e procônsul. Seus poderes no Estado vinham destes magistérios.Foi nomeado ditador oficialmente pela primeira vez em 49 a.C., possivelmente para presidir as eleições, mas renunciou a este cargo onze dias depois. Em 48 a.C., foi renomeado ditador, só que desta vez por tempo indeterminado e, em 46 a.C., foi acertado um mandato de 10 anos.Em 48 a.C., ganhou poderes de tribuno em caráter vitalício, o que o tornou uma pessoa sacrossanta e lhe deu poder de veto sobre o senado. César sofreu com a oposição do Colégio de Tribunos, mas após algumas prisões ninguém se opôs mais.
Quando César retornou em definitivo para Roma em 47 a.C., as cadeiras do senado estavam muito vazias, então usou seus poderes de censor para nomear novos senadores. Continuou a expandir o senado, que chegou a ter 900 membros.[ Todos os novos membros eram na verdade partidários de César, o que roubava o prestígio da aristocracia senatorial e tornou o senado subserviente.[130] Para minimizar a chance de que algum outro general pudesse desafiá-lo, César instituiu limites de tempo de mandatos para os governadores das províncias e territórios.[
Em 46 a.C., César deu a si mesmo o título de "Prefeito da Moral", um cargo que existia apenas no nome, já que seus poderes eram os mesmos dos censores.[ Assim, poderia exercer seus poderes censoriais sem ter que se submeter às mesmas leis que os outros censores e usou esta autoridade para encher o senado com simpatizantes seus. Também abriu um precedente, que seria seguido por seus sucessores imperiais, de ter o senado lhe dando vários títulos, honras e cargos. Tinha, por exemplo, o título de "Pai da Nação" e "imperator" (comandante-em-chefe das forças armadas).[127] Moedas foram cunhadas com a sua imagem e possuía o direito de ser o primeiro a falar nas sessões do senado, um privilégio reservado à autoridade maior.[127] César também aumentou o número de magistérios eleitos por ano, aumentando o setor público com magistrados experientes e criando mais cargos para dar aos seus partidários.[129]
César também deu os primeiros passos para tornar a Itália em província e também tomou medidas para tornar as províncias unidades mais coesas. Isso resolvia alguns dos problemas causados pelas Guerras Sociais de décadas antes, onde indivíduos fora de Roma e longe de Itália não eram considerados "romanos", portanto não tinham os direitos que ter essa cidadania dava. Assim, unificar o império e prezar pela sua unidade, em vez de dividi-lo em grupos com participações desiguais na vida pública, foi um sucesso, mas só seria completado de fato no reinado do seu sucessor, Augusto.
Em fevereiro de 44 a.C., um mês antes do seu assassinato, César foi nomeado, em definitivo, como ditador vitalício. Concentrando vasta autoridade, deu poderes aos seus tenentes e partidários, principalmente devido ao fato de ele se afastar regularmente da Itália a negócios. Em outubro de 45 a.C., renunciou ao posto de único cônsul e trabalhou para que os dois eleitos que o sucederiam fossem seus partidários.Perto do fim da sua vida, César se preparou para uma guerra contra o Império Parta. Devido a isso, tinha que se ausentar de Roma com frequência. Para garantir que os eleitos nos cargos, especialmente os cônsules, fossem seus simpáticos, determinou que ele mesmo nomearia diretamente todos os magistrados para o ano de 43 a.C.. No ano seguinte, estendeu isso para as eleições consulares e de tribunos. Assim, os magistrados não mais davam a ideia de que eram representantes do povo, mas sim do ditador.

Assassinato

Ver artigo principal: Liberatores
Assassinato de César
Por Karl von Piloty, 1865.
O crescente acúmulo de poder por parte de César, em detrimento da aristocracia, irritou muitos senadores conservadores. Eles temiam que Júlio César estivesse tentando reerguer a monarquia, com ele mesmo na figura de rei. Um grupo de senadores (os Liberatores) começou então a conspirar contra César e planejar seu assassinato, afirmando que ele havia se tornado um tirano e que somente sua morte restauraria a velha República Romana. Nos idos de março (15 de março no Calendário romano) de 44 a.C., César compareceu a uma sessão do senado na Cúria de Pompeu. Marco Antônio, tendo ouvido falar sobre o complô de um libertador assustado chamado Servílio Casca, e temendo o pior, foi avisar César. Os conspiradores, contudo, anteciparam isso e enviaram Trebônio para interceptá-lo enquanto ele se aproximava do Teatro de Pompeu, onde a sessão aconteceria, para pará-lo. Ao ver a agitação no senado (no momento do assassinato), Antônio fugiu.[132]
Segundo Plutarco, quando César chegou, o senador Tílio Cimbro lhe apresentou uma petição para revogar o exílio imposto ao seu irmão.[133] Os outros conspiradores se aproximaram sob o pretexto de oferecer apoio e cercaram César. Segundo Plutarco e Suetônio, César dispensou o pedido mas Cimbro o agarrou pelo ombro e o puxou pela túnica. César então berrou para Cimbro: "Como assim, isso é violência!" ("Ista quidem vis est!").[Ao mesmo tempo, Casca pegou sua adaga e partiu para o pescoço de César. Este, contudo, se virou rapidamente e pegou Casca pelo braço. De acordo com Plutarco, César teria dito, em latim, "Casca, seu vilão, o que você está fazendo?" (em grego clássicoὁ μεν πληγείς, Ῥωμαιστί· 'Μιαρώτατε Κάσκα, τί ποιεῖς)[135] Casca, assustado, gritou em grego "Ajuda, irmão!" ("ἀδελφέ, βοήθει", "adelphe, boethei"). Poucos momentos depois, todos do grupo, incluindo Bruto, atacaram o ditador. César tentou se afastar mas, cego pelo sangue que escorria da cabeça, tropeçou e caiu. Mesmo no chão, no pórtico, ele continuou a ser esfaqueado. De acordo com Eutrópio, cerca de 60 homens participaram do assassinato. César teria sido esfaqueado 23 vezes.
Júlio César
Busto no Museu do Prado
O historiador Suetônio afirmou que um médico que examinou o corpo teria dito que apenas um ferimento, o infligido no peito, teria sido letal.[Não se sabe quais foram as últimas palavras de César e isso ainda é assunto de debate entre historiadores e acadêmicos até os dias atuais. Suetônio disse que pessoas da época afirmaram que as últimas palavras de César, proferidas em grego, foram "Até você, criança?" ("καὶ σύ, τέκνον") Contudo, até Suetônio tem dúvidas e crê que César não disse nada. Plutarco também afirma que César não pronunciou nada antes de morrer, mas puxou sua toga sobre a cabeça quando viu Bruto entre os conspiradores. A versão mais famosa sobre o que Júlio César teria dito antes da morte é a célebre frase em latim "Et tu, Brute?" ("E você, Bruto?", comumente referida como "Até tu, Bruto?");[141] esta fala na verdade vem da peça Júlio César, do dramaturgo inglês William Shakespeare. Ela não tem qualquer base histórica e o uso do latim por Shakespeare aqui vai de encontro à maioria das versões, que afirmam que César teria pronunciado palavras em grego. Mas, de fato, a frase Et tu, Brute? já era popular antes mesmo da peça.[
De acordo com Plutarco, após o assassinato, Bruto deu um passo adiante como se fosse falar algo para os colegas senadores. Eles, contudo, fugiram às pressas do prédio. Bruto e seus companheiros próximos foram então pelas ruas gritando pela cidade: "Povo de Roma, nós somos novamente livres!" Contudo, com a história do que havia ocorrido se espalhando rapidamente, a maioria da população resolveu se trancar dentro de casa. O corpo de César permaneceu no chão do senado por mais três horas antes que fosse removido.[143] O cadáver de César foi posteriormente cremado. No local onde a pira funerária estava ergueu-se o Templo de César alguns anos mais tarde, a leste da praça principal do Fórum Romano. Apenas o altar do templo está preservado até os dias atuais Uma estátua de cera foi mais tarde erguida no Fórum, exibindo as 23 feridas.

Eventos após sua morte

Marco Antônio, o segundo em comando de César por muito tempo. Após sua morte, foi um dos que tentaram se aproveitar do legado político de César e tentou usá-lo, sem sucesso, para conseguir o poder máximo em Roma.
A série de eventos que aconteceram após sua morte pegou os seus assassinos de surpresa. Ao contrário do que os conspiradores acreditavam, a morte de César não ressuscitou a República Romana e o estado tomou a forma imperial menos de duas décadas depois. As classes média e baixa da sociedade romana, com as quais César era muito popular, ficaram enfurecidas pelo fato de um pequeno grupo de aristocratas ter assassinado o seu amado líder. Marco Antônio, que na verdade vinha se afastando de César, capitalizou a dor da plebe e ameaçou soltá-la sobre os Optimates, talvez com o intuito de tentar tomar o poder total em Roma para si. Porém, para seu espanto, César havia nomeado um sucessor em testamento, seu sobrinho-neto Otaviano, dando-lhe o posto de chefe da família (herdeiro do nome de César), e além disso lhe deu acesso a sua gigantesca fortuna.
Durante o funeral de César, as coisas esquentaram. Na enorme pira funerária feita, o povo compareceu em massa, jogando madeira no fogo, móveis e até roupas para alimentar as chamas. O fogo acabou ficando muito alto, danificando o Fórum e causando outros danos. A multidão então atacou as casas de Bruto e Cássio, que foram obrigados a fugir para a Macedônia. Os aristocratas acusaram Antônio de jogar o povo contra eles, levando a uma nova ruptura na liderança política romana, o que precipitaria em nova guerra civil. Contudo, os rumos deste conflito não terminariam bem para nenhum desses dois, com a figura do sobrinho-neto e herdeiro vindo à proeminência. Otaviano, que tinha apenas 18 anos quando César morreu, mostrou-se um político habilidoso, e enquanto Antônio se preparava para enfrentar Décimo Bruto na primeira fase da guerra civil, ele igualmente se preparava para sua ascensão na vida pública.
Bruto e Cássio, líderes da facção aristocrática contra César, estavam reunindo um exército na Grécia para recuperar o poder em Roma. Para combatê-los, Antônio precisava de sua própria tropa, além de dinheiro e de legitimidade, algo que pretendia conquistar no legado de César. Com inimigos em comum, Antônio e Otaviano, junto com o comandante Lépido, se aliaram, confrontaram os assassinos de César e seus simpatizantes no senado e se saíram vitoriosos em batalha. Em 27 de novembro de 43 a.C., foi formalizada a lex Titia[que criou o Segundo Triunvirato.Então, oficialmente deificaram César como "Divino Júlio" (Divus Iulius), em 42 a.C..
Caio Otaviano César, sobrinho-neto de Júlio César e posteriormente seu filho adotivo. Dezessete anos depois da morte do seu pai adotivo ele se tornaria o primeiro monarca do Império Romano, com o título de Augusto.
Já que a clemência de César para perdoar ex-inimigos acabou custando sua vida, o Segundo Triunvirato trouxe de volta a proscrição, abandonada no governo de Sula.[Isso levou a uma série de assassinatos políticos para assim poderem pagar por suas legiões e vencer a guerra contra Bruto e Cássio.[153] Em seguida, Otaviano, Antônio e Lépido se tornaram os governantes de Roma, sem qualquer rival. Contudo, o Segundo Triunvirato não ficaria em paz muito tempo. Marco Antônio formou uma aliança com a ex-amante de César, a rainha Cleópatra, pretendendo usar as fortunas do Egito para dominar Roma. Uma nova guerra civil eclodiu entre Otaviano e Marco Antônio. Durante este conflito, Otaviano se apoiou no fato de César tê-lo nomeado como seu sucessor e adotado como filho e usou isso como uma fonte de legitimidade. Otaviano então conquistou o Egito, forçando Antônio e sua rainha a cometerem suicídio. Então retornou para Roma e, em 27 a.C., se tornou César Augusto, o primeiro imperador romano, dando a si mesmo estatuto de divindade.
Antes de sua morte, Júlio César havia planejado lançar uma invasão militar contra a Pártia, o Cáucaso e a Cítia. Também pretendia marchar novamente contra a Germânia e a Europa Oriental.[157] Vários generais lançariam campanhas contra a Germânia em nome de Augusto, porém com a derrota romana na Batalha da Floresta de Teutoburgo em 9 d.C., não mais se tentaria dominar aquela região.[158] Na Pártia, por sua vez, Augusto preferiu resolver o conflito romano-persa via diplomacia e conseguiu com isso o retorno dos estandartes de guerra perdidos por Crasso na batalha de Carras, uma vitória simbólica de grande impulso à moral romana.Divino Júlio
Júlio César se tornou o primeiro político romano importante a ser deificado. Foi posteriormente agraciado com o título de "Divino Júlio" ou "Deificado Júlio" (Divus Iulius ou Divus Julius) por decreto do senado romano em 1 de janeiro de 42 a.C. e a aparição de um cometa durante os jogos em sua honra foi usada para confirmar sua divindade. Apesar do seu templo lhe ter sido dedicado apenas após sua morte, pode ter recebido estatuto divino já durante sua vida[162] e logo depois de seu assassinado, Marco Antônio foi nomeado como o seu flâmine (sacerdote). Tanto Otaviano quando Antônio promoveram o culto ao Divino Júlio. Após a morte de Antônio, Otaviano, como filho adotivo de César, assumiu o título de "Filho do Divino" (Divi Filius).

Vida pessoal

Aparência e saúde

Retrato de Túsculo, um dos únicos bustos sobreviventes feitos ainda durante a vida de César
O historiador Suetônio descreve Júlio César como "alto em estatura com uma pele clara, membros bem torneados, um rosto cheio e olhos negros penetrantes." (em latimexcelsa statura, colore candido, teretibus membris, ore paulo pleniore, nigris vegetisque oculis.)Uma fala de uma peça de William Shakespeare teria dito que César era surdo de um ouvido.Nenhuma fonte antiga relata isso. Shakespeare pode ter se baseado na passagem metafórica de Plutarco que não se refere a surdez, tendo mais a ver com um hábito de Alexandre da Macedônia. Ao cobrir sua orelha, Alexandre indicava que havia desviado sua atenção da acusação para poder ouvir a defesa.
Com base em Plutarco,acredita-se que César sofria de epilepsia. Historiadores modernos se dividem neste assunto, com alguns afirmando que sofria de malária. Muitos especialistas em medicina acreditam que em vez de epilepsia provavelmente teria apenas enxaquecas muito fortes.Outros afirmavam que os surtos de epilepsia eram causados por uma infecção parasitária no cérebro por cestoda.
César teve quatro episódios documentados de ataques epiléticos. Pode ter tido uma 'crise de ausência' na sua juventude. Os primeiros casos de epilepsia foram relatados pelo historiador Suetônio, que nasceu depois da morte de César. Alguns historiadores afirmam que César poderia ter na verdade hipoglicemia, que também pode causar ataques epiléticos.[ Em 2003, o psiquiatra Harbour F. Hodder publicou o que denominou como a teoria do "Complexo de César", argumentando que o general romano sofria de epilepsia do lobo temporal e os sintomas debilitantes da condição eram um dos fatores de César ignorar sua segurança pessoal nos dias que antecederam sua morte.[

Nome e família

Usando o alfabeto latino do período, que não tinha as letras J e U, o nome de César teria sido escrito como GAIVS IVLIVS CAESAR; a forma CAIVS também é atestada, usando a antiga forma de representação romana G por C. A abreviação padrão é C. IVLIVS CÆSAR, refletindo a abreviação antiga (a forma da letra Æ é uma ligadura das letras A e E, e é normalmente usada em epigrafias em latim para salvar espaço). O cognome César se tornou um título; foi promulgado pela Bíblia, que contém a famosa passagem "A César o que é de César...". O título em alemão é chamado Cáiser e nas línguas eslavas é Czar. A última pessoa a ter o título de Czar oficialmente foi Simeão II da Bulgária, cujo reinado terminou em 1946.
Em latim vulgar, a consoante oclusiva /k/ antes da vogal anterior começou, devido a palatalização, a ser pronunciada como uma consoante africada, donde as renderizações [ˈtʃeːsar] em italiano e [ˈtseːsar] na pronúncia regional do latim em alemão. Com a evolução das línguas românicas, a africada [ts] se tornou fricativa [s] (portanto, [ˈseːsar]) em muitas pronúncias regionais, incluindo na francesa, de onde a pronúncia em inglês é derivada. O /k/ original é preservado na mitologia nórdica, onde é manifestado como o rei legendário Kjárr.[Em português o nome é pronunciado S

Tormenta: escravidão e o futuro cultural e econômico do Império de Tauron

Quando Caio Júlio César, o lendário ditador perpétuo da República Romana, finalizou a conquista da Gália em 52 a.C ele não apenas iniciou sua jornada para tornar seu nome como sinônimo de imperador em […]
Quando Caio Júlio César, o lendário ditador perpétuo da República Romana, finalizou a conquista da Gália em 52 a.C ele não apenas iniciou sua jornada para tornar seu nome como sinônimo de imperador em toda a Europa, ele também daria início a um problema que hoje em dia é considerado como uma das principais causas do processo de ascensão e queda do Império Romano: um fluxo enorme de escravos!
Com a vitória de César, um milhão de escravos gauleses foram trazidos para trabalhar nas terras romanas, acelerando dois efeitos que já vinham crescendo com as conquistas militares romanas no Mediterrâneo. Primeiro, com tantos escravos para trabalhar nos campos e manufaturas, temos uma diminuição dos custos de produção ao mesmo tempo que há um aumento da produção, aumentando a fortuna da classe aristocrática e o surgimento dos chamados “homens novos” ou “cavaleiros”, que deviam suas fortunas às atividades ligadas à guerra no aspecto logístico como fornecimento de alimentos, construção de pontes e estradas, cobrança de impostos nos novos territórios, etc. No entanto, nem todos podiam prosperar nesse cenário, e a enorme quantidade de escravos gerou também uma enorme quantidade de romanos livres que ficavam desempregados e, sem perspectivas de empregabilidade no campo com tantos escravos, se mudavam para as cidades em busca de melhores oportunidades. Que eles não encontravam, afinal haviam escravos também nas cidades.
Com medo de revoltas dessas massas de desempregados, os imperadores romanos instituíram a conhecida política do pão e circo, mantendo os cidadãos livres romanos alimentados e distraídos com espetáculos nos coliseus onde era distribuída comida em nome do imperador. Para além dos problemas econômicos imediatos, há também os problemas culturais de longo prazo desse influxo de escravos estrangeiros: a perda da identidade cultural. Os escravos introduziram nas famílias romanas práticas culturais que traziam de suas terras natais, indo da gastronomia à linguística, do vestuário à religião, com a cultura grega possuindo especial força nesse processo. Os primeiros imperadores tentaram diminuir essa influência, mas ela iria, através dos séculos, se consolidar e levar em última análise à queda do Império de acordo com alguns historiadores.
Cáspita, Nume, obrigado pela lição de História, mas e daí, o que isso tem a ver com Tormenta?!
Bem, o Império de Tauron nada mais é que a versão artoniana do Império Romano, em seus primeiros estágios. E assim como a conquista da Gália por Júlio César acelerou a crise da República Romana com o enorme influxo de escravos, o mesmo deve ter acontecido com a conquista de Hershey, Petrynia, Fortuna, Lomatubar e Tollon. Somados, estes reinos facilmente ultrapassam dois milhões de habitantes dos quais uma parte significativa deve ter sido capturada como prisioneiros de guerra e vendidos como escravos pelo estado, soma-se a isso os capturados em Deheon e a grande imigração de elfos devotos de Glórienn que voluntariamente se entregam em escravidão e é possível imaginar que o número de novos escravos pode facilmente ter ultrapassado um milhão desde as Guerras Táuricas. Atualmente, apenas 54% da população de Tapista é composta de minotauros. Chegou-se a um ponto onde a qualquer momento os minotauros podem ser minoria em suas próprias cidades.
Além dos efeitos econômicos já descritos no caso romano que previsivelmente devem estar afetando Tapista neste momento e nas próximas décadas, é preciso lembrar que descrições anteriores diziam que as famílias táuricas gostavam de empregar tutores élficos, então extremamente raros, para educar seus filhos. Agora que elfos compõem um quarto da população de Tapista, é seguro imaginar que praticamente toda família de classe média deve ter pelo menos um tutor élfico ensinando suas crianças. Com tamanha influência, é provável que a língua, hábitos alimentares e de vestuário, além de práticas religiosas e outros traços da cultura élfica logo permearão a sociedade táurica como um todo.
Mas, por mais estranho que pareça, agora que o influxo de escravos se iniciou, será muito mais prejudicial para o Império de Tauron que ele pare. O maior erro estratégico do Império Romano, que, entre outras razões, eventualmente o levaria à sua queda, foi a de escolher consolidar suas fronteiras em vez de realizar uma expansão contínua que manteria o influxo de escravos na forma de prisioneiros de guerra. Sem esse influxo, o sistema escravista entrou em crise, afetando toda a economia romana com escassez de produtos e alimentos e inflação que deixaram o Império sem condições de se defender das invasões bárbaras.
Percebeu que as condições táuricas se alinham com as condições históricas de Roma? Tapista tem um acordo de paz com o Reinado, ao menos por enquanto inviabilizando a captura de mais escravos, e a ameaça bárbara representada pela Aliança Negra pode ser fatal se acontecer uma invasão ao mesmo tempo que o Império estiver passando por uma crise econômica.
Então, vamos resumir o que aprendemos até aqui? Tapista ganhou um enorme influxo de escravos com as Guerras Táuricas e a grande migração élfica pós-queda de Glórienn, esse influxo tem dois efeitos principais: desemprego e diminuição da unidade cultural táurica devido à influência cultural élfica nos lares tapistanos. Agora que esse sistema escravista “pegou”, a parada do influxo de escravos pode causar uma crise econômica muito maior que, se acontecer ao mesmo tempo que uma invasão da Aliança Negra, pode significar a queda do Império de Tauron.

7 LIÇÕES DE LIDERANÇA DO GRANDE CONQUISTADOR ROMANO JÚLIO CÉSAR

O ditador romano Caio Júlio César (100 a.C a 44 a.C), considerado por muitos acadêmicos como o maior líder militar de todos os tempos, simplesmente dispensa apresentações. Nasceu em Roma e pertencia a uma família da pequena aristocracia — da qual os integrantes afirmavam ser descendentes de Ascânio, filho do guerreiro troiano Eneias que, por sua vez, seria filho da própria deusa Vênus.
Construiu sua vida política aos poucos e andando a passos curtos, mas se tornou poderoso e influente. Assumiu diversos cargos públicos após prestar serviços militares na Ásia; dos 35 aos 37 anos, foi edis curuis e pontifex máximus de Roma; entre os 42 e 53 anos, saiu vitorioso nas batalhas na Gália e na Grécia, sem contar o fato de que foi ditador da Cidade Eterna dos 51 anos — por volta de 49 a.C. — até sua morte, quando foi assassinado por Brutus.
Considerando a obra deixada pelo próprio César — e também por seus biógrafos, Suetônio e Plutarco —, sabemos que, além de excelente militar, ele foi um ótimo líder. As importantes batalhas que liderou levaram ao aumento do poder da já notável república romana, e foi em grande parte por sua influência que ela se transformaria em Império Romano. Sendo assim, o site Business Insider trouxe os pontos mais importantes da liderança de César, que, de tão influente, ainda hoje serve de modelo para grandes governantes. Confira:

1 – Uma boa apresentação

Bons líderes se destacam não apenas por seus feitos, mas também por como os demonstram. César, por exemplo, embora fosse famoso por fazer longos relatos de suas conquistas, em determinada ocasião, após uma breve batalha com Farnacles do Ponto na Ásia, apenas escreveu em seu relatório: “Veni, vidi, vici” — “Vim, vi, venci”. Bastaram essas três palavras para cativar os que as leram nas repartições romanas, e tal foi o efeito da frase que até hoje ela é lembrada!

2 – Assumir riscos

O fato de César ser militar significava que sua vida era constantemente colocada em perigo. Contudo, isso não era um problema para ele. Prova de que o romano tomava a frente nos riscos foi a travessia que fez com suas tropas no rio Rubicão.

Quando fez isso, ele quebrou uma lei que proibia qualquer general de atravessar o rio com seu exército. Suetônio diz em seus escritos que, enquanto liderava seus soldados, César teria dito a frase “Alea jacta est”, que seria para nós como “a sorte está lançada”. Teve êxito na travessia e na posterior batalha.

3 – Não há problema em começar de baixo

Conforme mencionamos anteriormente, sua família não era tão influente, e César não nasceu ditador. Contudo, ele soube crescer em moral e liderança diante dos seus no decorrer da vida e não deixou que as adversidades — como a perda de uma herança quando jovem, por exemplo — o atrapalhassem em sua empreitada.
Na verdade, a ambição de estar no poder e o espírito de liderança o motivavam a nunca perder seus objetivos de vista. Plutarco cita uma frase dita pelo conquistador ao passar por uma pequena aldeia: “Garanto-lhe que prefiro ser o primeiro homem aqui que o segundo em Roma”.

4 – Nada é permanente

Como líder militar e certamente estrategista que era, César sabia que nada era imutável, ainda mais se pensando em guerra. Em um pequeno espaço de tempo, pessoas morriam, batalhas aconteciam e tudo o que era planejado talvez tivesse que ser mudado. De acordo com o livro de Bill Yonne, “Júlio César: Lições de Liderança do Grande Conquistador”, César certa vez escreveu: “Na guerra, eventos de importância são o resultado de causas triviais”.

5 – Nunca se engane

Um dos grandes erros que um líder pode cometer é se deixar levar por seus sentimentos e devaneios. Um líder bem-sucedido deve se afastar disso e ser o mais racional possível, de modo que sua autoconfiança não o destrua.
O mais sensato é que o líder seja ponderado, sabendo se utilizar de seus instintos e de sua racionalidade. César, descrevendo um erro fatal de seus inimigos gauleses, escreveu “na maioria dos casos, os homens acreditam voluntariamente no que desejam”, como forma de demonstrar que, mesmo sabendo que podiam ser esmagados, acabaram por se sacrificar na batalha.

6 – Não se acomode

Independentemente de que tudo corra como o esperado, nunca deixe de se preparar para o pior. Por mais que tudo esteja às mil maravilhas, ficar apenas parado observando as coisas irem bem e não fazer mais nada é um erro imperdoável — em se tratando de liderança.
E César não só sabia disso, como temia que isso acontecesse, tanto que escreveu em seus “Comentários sobre as Guerras Gálicas” que os deuses imortais deixavam que as pessoas que eles desejavam punir — por seus próprios erros — vivessem e prosperassem para que viessem a sofrer ainda mais por um revés maior das circunstâncias.
Se você está em um ótimo momento, fique ligado: César teria se dado bem se estivesse mais atento. Afinal, foi sob a sombra de seu olhar altivo e ditatorial que uma rebelião contra ele foi organizada e ele acabou sendo assassinado.

7 – Nunca se desvalorize

Autoconfiança é um dos principais pilares de um líder. Afinal, quem vai confiar em alguém que não confia em si mesmo? Essa característica nunca faltou ao grande conquistador romano. Plutarco relata em seu livro sobre a vida do ditador uma interessante história sobre quando o ainda jovem César foi sequestrado por piratas.
Os bandidos teriam pedido 20 talentos para libertá-lo, mas ouviram de César uma gargalhada como resposta e a instante réplica de que os meliantes não faziam ideia de quem haviam capturado — e ele mesmo ofereceu 50 talentos em resgate próprio. Como se fosse pouco, o romano ainda jurou de morte todos os piratas, fato que cumpriu assim que foi liberto, após reunir uma tropa que partiu em extermínio daqueles que o haviam prendido.

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